De Coimbra para o mundo: aos 17 anos, Filipa Maia é o rosto dos jovens na OCDE
"Todos os estudantes têm uma voz." É esta a ideia crucial que move Filipa Maia e que a levará, em outubro e como líder global dos estudantes, a uma reunião com os líderes da OCDE.
Tudo começou em março, quando o projeto ComParte - desenhado para promover o envolvimento cívico e ser uma ponte entre governo e estudantes - visitou a sua escola secundária. "Os coordenadores gostaram de me ouvir discursar e convidaram-me a participar no projeto." Com o ComParte dividido em duas áreas, educação e a integração, Filipa voltou-se para a primeira, pela maior envolvência no tema. Começou a participar em conferências pelo país, a dar o seu testemunho, mas também a ouvir os dos outros. Em maio foi, a convite do secretário de Estado da Educação, João Costa, a Paris com outros sete estudantes. E tudo se precipitou até ao fim de junho - "pediram para me candidatar, aceitei e fui eleita entre cerca de 15 candidatos". Agora, em preparação da reunião do final do ano, reúne-se semanalmente com a sua mesa de apoio, através da internet, constituída por um estudante mexicano, uma dinamarquesa, um chinês e uma australiana, onde discutem propostas a apresentar.
Defendendo a importância de cultivar desde a infância a capacidade de os jovens se expressarem, Filipa Maia conta ao DN que, apesar de estarem presentes alunos de vários países, ainda há questões de representação a tratar: "É necessário integrar mais estudantes, de mais países." Sobre integração, sublinha a necessidade de prestar apoio aos estudantes para que se sintam integrados, tanto em contexto social como escolar. Por isso, a saúde mental tem sido um dos pontos-chave do seu discurso, entendendo que ainda não é dada a devida relevância a este problema. "A saúde mental tem de estar mais conectada à educação, o que ainda é raro", diz.