Costa avisa a geringonça: não incluam alterações ao OE que ponham em causa as metas orçamentais
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta sexta-feira que mantém toda a confiança nas metas do défice previstas para o próximo ano, mas deixou um claro aviso à oposição e aos parceiros da geringonça: não incluam alterações que ponham em risco essas metas.
"É fundamental que neste debate da especialidade não sejam aprovadas medidas que desvirtuando o orçamento" deem razão àqueles que duvidam ser possível conseguir os níveis de défice previstos.
Em conferência de imprensa no Porto convocada para assinalar os três anos de governo, o primeiro-ministro afirmou que também nos anos anteriores as instituições internacionais puseram em causa a capacidade do país de cumprir o orçamentado, e que "quer em 2006, quer em 2017, quer em 2018" a realidade demonstrou o contrário. "As instituições que se dedicam a fazer previsões tendem a prever o pior", disse Costa.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro deu sinais que o aumento dos salários, uma das bandeiras dos partidos de esquerda nas negociações deste legislatura, é para continuar. Admitiu que o país anda tem ordenados baixos, mas que esse já não é um fator de atratividade para o investimento.
"A ideia clara é de que temos de prosseguir a convergência social e economia com UE, com mais emprego e melhor emprego, com menos precariedade e melhor salários", defendeu.
Costa voltou a insistir na vontade de manter o acordo parlamentar dos partidos de esquerda. "Há três anos, a começar pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, muitas pessoas tinham muito receio desta solução, até no PS. A solução governativa funcionou bem, teve bons resultados e deve ter continuidade."
Já um crescimento da aliança, com a entrada destes partidos no governo, parece fora de questão. "Se podemos ir todos para o governo? Não creio que a evolução permita esse avanço, mas também não sei se isso é mau para cada um dos partidos. Uma das qualidades desta solução é cada um ser capaz de respeitar a diferença, não andarmos aqui cada um a querer crescer à custa do eleitorado dos outros."