Centeno não respondeu às críticas de eurodeputados portugueses

José Manuel Fernandes e Paulo Rangel, eurodeputados do PSD no Parlamento Europeu, criticaram o presidente do Eurogrupo
Publicado a
Atualizado a

Mário Centeno escusou-se esta quarta-feira a comentar as críticas à sua prestação como presidente do Eurogrupo, feitas pelos eurodeputados José Manuel Fernandes e Paulo Rangel, do PSD, durante um debate no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo.

Em declarações aos jornalistas, após a sua estreia em debates no hemiciclo de Estrasburgo na qualidade de presidente do Eurogrupo, o ministro das Finanças português foi convidado a comentar as declarações de Paulo Rangel, que descreveu o que aconteceu na última "Cimeira do Euro", na sexta-feira passada, como "uma grande deceção", apesar de Centeno ter dito "de forma propagandística" que era "um grande sucesso".

"Essa frase não comento. Não me compete a mim comentar resultados de cimeiras. O Eurogrupo está focado, sabíamos e sabemos que estas reformas são longas, ainda bem que assim é, porque as fazemos com mais cuidado", argumentou.

O ministro português escusou-se ainda a responder ao eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes, que afirmou que o fórum dos ministros das Finanças da zona euro precisava de "um presidente forte e liderante".

"Nós quando estamos a discutir o programa grego, devemos centrar-nos no programa grego. E a realidade é que houve um conjunto de resultados apresentados que permitiram uma reação positiva dos mercados. É isso que mais me interessa", contestou.

"Nós hoje viemos aqui falar, felizmente, sobre o fim do terceiro programa grego e aquilo que é o pós-programa para a Grécia. Este é um momento muito importante para a sociedade, a economia, as finanças gregas. A Grécia começa uma fase diferente na sua relação com a Europa. É muito importante frisar a importância deste momento" reiterou.

Centeno preferiu ainda não responder às críticas dos dois eurodeputados do PSD, que o acusaram de não tomar uma posição clara sobre o orçamento da União Europeia pós-2020, lembrando que apenas "coordena, modera, e tem uma intervenção construtiva sobre os processos que passam pelas reuniões do Eurogrupo".

"Essa tem sido a minha atitude. Ninguém tem dúvidas sobre as minhas opiniões sobre estas matérias, porque nunca as escondi, sempre tive a oportunidade de as exprimir. Entendamos que, neste momento, o trabalho que temos pela frente nesta dimensão é o de conseguir encontrar soluções para os compromissos que é preciso assumir em cada momento", destacou.

Mário Centeno assumiu que hoje, no debate centrado na conclusão do terceiro programa de assistência financeira à Grécia, encontrou "uma enorme diversidade de opiniões".

"Num contexto de uma diversidade tão grande de opiniões, aquilo que vai determinar o sucesso do pós-programa para a Grécia é a capacidade do programa de reformas ser resiliente aos ciclos políticos", afirmou.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt