Líder da Juventude Popular abre a porta a candidatura à liderança do CDS
O período de reflexão acabou. Francisco Rodrigues dos Santos afirma que recebeu "amplos apelos" para a apresentação de um "projeto ambicioso, que construa a raiz de direita alternativa ao socialismo e que renove, reposicione e reestruture o CDS". O líder da Juventude Popular diz que irá apresentar uma moção de estratégia ao congresso do partido, que se realiza a 25 e 26 de janeiro. "Serei o punho e o rosto da moção de estratégia global, assinada em nome próprio, que levarei ao 28.º Congresso do CDS PP", escreve na sua página do Facebook.
Apesar de dizer que apresentará a moção na "qualidade de militante", o facto de se tratar de uma moção de estratégia global poderá mesmo desencadear a sua candidatura à liderança do partido, caso venha a ter o apoio dos militantes. Enquadrado pela foto dos fundadores do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos diz que moção apresentará um "caminho próprio e autónomo, de espetro alargado e intergeracional".
Anuncia ainda que "este é o caminho de regressar às bases", ou seja, ouvir o partido, de ir ao terreno os militantes sobre os "desafios que se colocam ao partido". O líder da Juventude Popular (JP) mostra assim que quer ter um projeto para o partido construído a partir das bases. E deixa em aberto a possibilidade de protagonizar uma candidatura à presidência do CDS, na sucessão de Assunção Cristas.
Nascido em Coimbra, o advogado que é líder da JP desde 2015 foi distinguido no ano passado com a nomeação da prestigiada revista Forbes para a categoria "30 under 30", pelo facto de ter ajudado a Juventude Popular a chegar aos 20 mil filiados e a duplicar o número de eleitos da sua organização.
"Serei candidato se o CDS escolher o meu caminho", assumiu já Filipe Lobo D'Ávila, assumindo que leva a votos no congresso a sua moção de estratégia. O ex-deputado posiciona-se no mesmo espaço que Rodrigues dos Santos, num CDS mais conservador e próximo da democracia-cristã. Tal como Abel Matos Santos, candidato assumido à liderança e porta-voz da Tendência Esperança em Movimento (TEM).
Filipe Lobo D'Ávila fez saber que a sua moção irá a votos no congresso, sem acordos com outros candidato. O ex-deputado garante que se a reação do partido ao que propõe for boa, então avançará. "Eu serei candidato se o caminho que propuser for o que o CDS escolher".
Filipe Lobo D'Ávila, que lidera o grupo Juntos pelo Futuro, explica que fará depender a sua decisão da reação que o partido tiver "as suas ideias". Quer um CDS que aponte "um caminho completamente diferente dos últimos anos" e por isso mesmo abandonou o Parlamento em rota de colisão com atual líder Assunção Cristas.
"A mudança não pode ser para baralhar e dar de novo", defende, argumentando a favor tanto de uma "mudança de práticas" internas do partido como de uma "clarificação" da posição do CDS enquanto partido "de direita, sem qualquer complexo", com uma mensagem mais clara e facilmente identificável pelo eleitorado, escreve o semanário.
Da linha próxima da atual direção, João Almeida também pondera apresentar uma candidatura à liderança e vai avançar com uma moção de estratégia global. É o único que assume o lugar de deputado no Parlamento.