ADSE. Privados garantem que vão manter tratamentos oncológicos

CUF e Luz assumem que os tratamentos prolongados, desde que já estejam marcados, vão continuar. Lusíadas não especifica

Os grupos privados da saúde que anunciaram a intenção de suspender as convenções com a ADSE garantem que vão continuar a tratar dos doentes oncológicos, desde que os tratamentos já estejam marcados. Também esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, tinha dado uma palavra de confiança aos beneficiários da ADSE ao afirmar que os cuidados de saúde estarão "integralmente assegurados".

No caso da Luz Saúde, que anunciou que deixaria de prestar cuidados de saúde ao abrigo dos acordos com a ADSE a partir de 15 de abril, há a garantia de que os tratamentos iniciados antes dessa data se manterão para os doentes oncológicos, internamento, e acompanhamento de grávidas até à alta pós-parto.

Na Luz mantém-se igualmente todas as marcações feitas pelos beneficiários da ADSE até à data, mesmo que se realizem depois de 15 de abril.

No grupo Mello Saúde, que detém a rede CUF, os tratamentos prolongados também vão continuar ao abrigo do que está convencionado com a ADSE, neste caso mesmo os que estejam agendados para depois de 12 de abril - apurou o DN.

De resto, tanto no grupo Luz Saúde como no Mello Saúde, todas as marcações novas ou já existentes, desde que realizadas até à data da suspensão, mantém-se no regime convencionado.

Já se os beneficiários pretenderem fazer novas marcações posteriores às datas limites avançadas pelos privados ao governo, esses cuidados de saúde ficam sujeitos ao pedido de reembolso à ADSE ao abrigo do regime livre. Os hospitais criarão tabelas neste sentido.

A Lusíadas Saúde diz também que assegurará o adequado acompanhamento e tratamento aos clientes da ADSE que estejam a ser acompanhados nas unidades do grupo, mas não especifica se estão incluídos os doentes oncológico nem sequer faz referência a datas. Vai, contudo, criar uma tabela própria para beneficiários da ADSE que queiram recorrer aos seus serviços e que podem posteriormente pedir o reembolso em regime livre.

Enquanto estes três grupos mantém o braço de ferro com o Governo - para não devolveram 38,8 milhões de euros por prestações de serviços que a ADSE considera ser sobrevalorizados -, a Fundação Champalimaud mostrou-se disponível para receber todos os doentes com cancro provenientes dos privados que suspendam as convenções com a ADSE.

"A convenção [com a ADSE] está a funcionar em termos normais. O que precisamos de discutir com a ADSE discutimos tranquilamente. Não temos intenção de provocar qualquer tipo de alteração", afirmou Leonor Beleza, citada pela Lusa.

A própria presidente da ADSE admitiu esta quinta-feira que as notícias sobre a suspensão das convenções tem criado ansiedade nos beneficiários, sobretudo a quem tem tratamentos em curso. "Gostava de dar uma palavra de tranquilidade. Os serviços de saúde e o seu acesso está completamente assegurado e podem aceder como sempre fizeram os prestadores. A ADSE está a desenvolver todos os esforços para que não haja quebras de acesso", disse Sofia Portela à Lusa.

O primeiro-ministro veio, por seu lado, mostrar total disponibilidade para negociar com os privados. Mas prometeu firmeza e exigiu boa-fé.

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