Foi numa residência para estudantes na universidade de Bamberg, na Baviera, que Peter Hanenberg conheceu uma colega portuguesa, Marília. Entre conversas e cozinhados, o amor nasceu e em 1985 deu-se a primeira visita do alemão a Portugal. Peter gostou do calor e da paisagem com as típicas chaminés algarvias que viu ao desembarcar em Faro.
Nascido em 1961, em Krefeld, na Renânia, perto de Colónia e de Düsseldorf, e também da fronteira com a Holanda, Peter cresceu a ouvir os pais e, sobretudo, os avós a contar histórias da Segunda Guerra Mundial. Há 30 anos a viver em Portugal - veio em 1995, dar aulas na Universidade Católica em Viseu, a mulher veio no ano seguinte, também para a Católica - Peter explica, no seu português fluente, que foi com a família que aprendeu a nossa língua. E que era muitas vezes a sogra a corrigi-lo.
Em 1998 nasceu Lúcio, o filho de Peter e Marília. Um nome que escolheram por não existir em alemão e por isso não ser dado a interpretações. Mas que não impediu um amigo de Peter de exclamar: “ ah, Lutz!”
Com a Universidade Católica como segunda casa, Peter desenvolve aí o seu trabalho de aproximação e conhecimento entre Portugal e Alemanha.
Saudades da Alemanha? Peter garante que não, que “mesmo depois de 30 anos em Portugal, não sou muito de ter saudades”. Alem do mais, tendo lá os pais, a viver na mesma casa onde cresceu, vai muitas vezes a casa, não deixando tempo para saudades.