Urban Beach. Jovens de 18 e 19 anos esfaqueados na cara

As três vítimas e os dois suspeitos, em fuga, tinham estado na discoteca Urban Beach. O esfaqueamento teve lugar já na via pública, mas a PSP já pediu as imagens de videovigilância do estabelecimento

Três jovens de 18 e 19 anos ficaram gravemente feridos esta madrugada, depois de terem sido esfaqueados principalmente na cara. Há dois suspeitos em fuga, com 17 e 19 anos. Fonte da PSP que está a acompanhar a investigação indicou que os cinco jovens tinham estado na discoteca Urban Beach, mas que o local do ataque foi já na via pública.

Pelas 6.30 h a PSP chegou ao local e deparou com os jovens feridos, tendo chamado o INEM que os transportou para o hospital. Até ao momento, a polícia ainda não sabe qual foi o motivo para este ataque hediondo que pode deixar marcas profundas nas vítimas tão jovens.

A discoteca tem um sistema de videovigilância instalado e a PSP já pediu as imagens desta noite, com o objetivo de localizar os jovens no interior do Urban e tentar perceber o que poderá ter estado na origem do ataque.

Plano de segurança na gaveta há um ano

A segurança na noite de Lisboa esteve em foco no final de 2017, depois de o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ter mandado encerrar o Urban Beach, na sequência de violência entre seguranças privados e clientes.

Menos de um mês depois, foi morto a tiro um segurança do Barrio Latino, por um cliente, tornando acentuando ainda mais a urgência de serem tomadas medidas para prevenir a insegurança relacionada com os estabelecimentos de diversão noturna.

Eduardo Cabrita e Fernando Medina anunciaram, em maio de 2018, um plano "Noite + Segura" com um conjunto de medidas preventivas, como a obrigatoriedade de formação específica dos seguranças-porteiros, videovigilância em todos os acessos de espaços noturnos, controlo da atividade de segurança, fiscalização e acompanhamento dos licenciamentos e do cumprimento da lei em ligação com parceiros, fiscalização do ruído, registo de ocorrências contraordenacionais e criminais através de uma plataforma informática partilhada entre Câmara Municipal de Lisboa, PSP e outras entidades envolvidas.

Passado quase um ano, no entanto, ainda está na gaveta o diploma onde boa parte destas medidas teriam a sustentação legal, através da lei de segurança privada. O DN pediu ao gabinete do ministro da Administração Interna um ponto de situação sobre este projeto, designadamente que medidas estão executadas, mas ainda não obteve resposta.

"A autorização de CCTV no espaço público junto aos estabelecimentos de maior risco, o aumento do número de polícias em patrulhas nestas áreas, a não renovação de licenças em espaços onde haja reincidência de episódios de violência e tráfico de droga, seriam medidas com grande impacto imediato", sublinha ao DN fonte policial que esteve envolvida nesta matéria e lamenta o atraso na execução do plano.

A insegurança na noite teve no passado fim de passada um novo episódio, em Lisboa, quando um grupo de 10 jovens foi detido em flagrante pela PSP, na sequência de uma série de roubos na zona de Santos.

70 bares e discotecas de risco

A PSP e a GNR identificaram 70 estabelecimentos de diversão noturna problemáticos para a segurança pública em Lisboa, Porto e Albufeira. O levantamento foi feito no âmbito de uma avaliação de risco, a um total de bares e discotecas de todo o país, a pedido de Eduardo Cabrita.

Esta avaliação "visou identificar o risco em estabelecimentos de diversão noturna cuja atividade seja suscetível de alteração da ordem pública", segundo o ministério da Administração Interna. Na capital, a PSP identificou 23 espaços com estas características, no Porto foram 28.

Estes espaços identificados como problemáticos, estão sinalizados por ter sido ali registado o maior número de "incidentes e ocorrências criminais - nomeadamente ofensas à integridade física e tráfico de estupefacientes".

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