Portugal pode ser afetado por ciclone. Leiria e Coimbra sob aviso laranja

O Instituto Português do Mar e Atmosfera avisa que os distritos de Leira e Coimbra podem sentir os efeitos do ciclone subtropical Alpha nas próximas horas. Vento, chuva e trovoada são esperados.
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Os distritos de Leiria e Coimbra estão sob aviso laranja devido à provável passagem do ciclone Alpha, informa o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA). Nas próximas horas é possível que ocorra vento, chuva forte e trovoada na zona do centro do país.

Na sua página na internet, o IPMA explica, que "a depressão centrada junto à costa do distrito de Leiria, ganhou características subtropicais durante a tarde, revelando uma estrutura organizada nas imagens de satélite". Neste contexto, o NHC (National Hurricane Center norte-americano) "contactou o IPMA no sentido de ser feita uma avaliação conjunta da situação, tendo-se optado por nomear o ciclone. Esse ciclone foi nomeado de Alpha. Segundo as projeções dos diferentes modelos, após a entrada em terra, o Alpha deverá perder rapidamente intensidade".

Na avaliação feita, o IPMA refere que, "com a aproximação da depressão à costa foi possível monitorizar o ciclone com o auxílio do sistema de radar, sendo possível identificar ventos de intensidade muito elevada em altitude, mas relativamente próximo da superfície".

Perante o cenário e, "tendo em conta os elementos disponíveis no momento, foi decidido elevar o nível de aviso para laranja os avisos de vento, precipitação e trovoada nos distritos diretamente afetados, Leiria e Coimbra".

Esta sexta-feira já a região sul, como são exemplos Beja e Palmela, sofreram com o mau tempo, tendo havido muitas quedas de árvores e inundações, além de outros estragos materiais, com a passagem de tornados. O IPMA explicou que os fenómenos meteorológicos ocorridos de manhã em Beja e Palmela aconteceram devido a "células convectivas desorganizadas", supercélulas, que podem originar a formação de tornados.

Em declarações à Lusa, o meteorologista Nuno Moreira explicou que as células convectivas se encontram associadas a uma depressão no oceano Atlântico, em deslocamento para nordeste e a entrar, durante a tarde desta sexta-feira, em Portugal continental.

"O que aconteceu hoje de manhã em Beja e em Palmela foi a ocorrência de células convectivas desorganizadas, que designámos de supercélulas e que contêm no seu interior mesociclones, estrutura que pode dar origem a tornados, por exemplo", salientou.

Uma tempestade intensa atingiu hoje de manhã várias zonas da cidade de Beja e provocou a queda de mais de 100 árvores e danos em veículos e infraestruturas, disse fonte dos bombeiros.

Tratou-se de "um fenómeno rápido de vento forte e chuva intensa, talvez um minitornado", que começou por volta das 10:50 e passou "por cerca de 20 artérias da zona sul/sudeste da cidade", provocando sobretudo quedas de árvores, algumas em cima de veículos, explicou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Beja, Pedro Barahona.

Também um fenómeno de ventos fortes ocorrido hoje na Estrada do Lau, concelho de Palmela, distrito de Setúbal, provocou a queda de árvores de grande porte e de postes da eletricidade e fez danos em duas habitações.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal disse, cerca das 14:00, que não houve feridos nem desalojados.

No sábado, e até ao início da próxima semana, o estado do tempo no continente vai ser condicionado por uma nova depressão que vai estar centrada a noroeste do território português, prevendo-se a ocorrência de aguaceiros e a possibilidade de trovoada, mais provável no Norte e Centro, com vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando pontualmente forte nas terras altas.

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