O "museu Salazar", afinal, vai para a frente?
Ao contactar com o texto de opinião de Pedro Tadeu, "O "Museu Salazar", afinal, vai para a frente?", no Diário de Notícias online, de 17 de outubro de 2019, venho, na defesa do bom nome do Município de Santa Comba Dão, do concelho e dos santacombadenses, e ao abrigo do Direito de Resposta, esclarecer os leitores, repudiando este artigo pejado de insinuações graves.
1. À questão levantada pelo autor, respondo "não", o Museu Salazar não vai para a frente, pois jamais esta autarquia teve intenção de criar um Museu Salazar. É objetivo, sim, construir um Centro Interpretativo do Estado Novo (CIEN) - um espaço promotor do conhecimento histórico, que dê a conhecer, de forma isenta, parte da história do século XX. O CIEN vai integrar uma Rede de Centros de Interpretação e Memória Política da I República e do Estado Novo, promovida pela ADICES - Associação de Desenvolvimento Local, em parceria com cinco autarquias da região, e com a consultoria do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20) da Universidade de Coimbra.
2. E reitero, mais uma vez, o CIEN não vai incluir espólio pessoal de Salazar. O CIEN vai, sim, ocupar a escola do Vimieiro "com um discurso interpretativo e de fomento da democracia, na localidade, onde nasceu o ditador do Estado Novo", tal como já referiu o historiador Avelãs Nunes do CEIS20.
3. E mais uma vez "não", Santa Comba Dão não é uma terra fascista, nem salazarista, mas sim uma terra que ama a liberdade. Insinuar que a construção do CIEN neste concelho poderá ser a semente que fará germinar e florescer movimentos fascistas é de uma irresponsabilidade gritante.
4. Por fim, pergunto ao autor: quer maior celebração da democracia do que um espaço que retrate a História e Memória Política do Estado Novo, precisamente no território onde o ditador nasceu?
Leonel José Antunes Gouveia, presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão