Marinha usa sonares em Borba. Mas será que resulta?

Emprego de sonares num espaço tão confinado como o da pedreira de Borba gera dúvidas sobre os resultados da operação. Marinha divulga vídeo.
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Os ecos gerados pelos feixes de som dos sonares da Marinha na pedreira de Borba podem ser de pouca utilidade devido ao espaço reduzido e à densidade da água no local, disse esta sexta-feira fonte oficial ao DN.

O comandante Pereira da Fonseca, porta-voz da Marinha, explicou que os equipamentos "estão programados para operar em ambientes com um espelho de água maior e em águas com características morfológicas diferentes", com menor densidade e sem tantos resíduos - terra, pedras, barro, metais - como os existentes naquela pedreira.

As primeiras imagens das operações de busca realizadas esta sexta-feira com os sonares - dos mergulhadores e do Instituto Hidrográfico (IH) - em Borba, no local onde abateu a estrada que liga essa localidade a Vila Viçosa, foram já divulgadas num vídeo partilhado na página de Facebook da Marinha.

"Não se sabe qual a performance" dos aparelhos - requisitados pela Proteção Civil e desde quinta-feira em Borba - pois as próprias paredes da pedreira e muitos dos objetos metálicos "vão refletir as ondas de som" emitidas pelos transmissores dos sonares, admitiu o comandante Pereira da Fonseca.

Esses ecos vão ser analisados pela equipa de mergulhadores e pela do IH em terra. "Vamos ver como o algoritmo processa essa informação", observou ainda o porta-voz da Marinha.

A equipa de seis mergulhadores (dois oficiais, um sargento e três praças) está a usar um bote para dar apoio ao emprego do drone não tripulado SEACOM.

Os sete militares do IH (três oficiais, três sargentos e uma praça) operam, em terra, um sonar lateral encostado à parede mais estável da pedreira, um sonar de feixe simples - com abertura mais estreita e direcionada que o anterior e, ainda, um veículo de operação remota (ROV, sigla em inglês).

O ROV tem câmaras e equipamentos eletrónicos com menor definição que os sonares, referiu ainda Pereira da Fonseca.

Note-se que o Exército, que está a alojar os militares da Marinha no Regimento de Cavalaria de Estremoz, também já teve dois oficiais de engenharia militar naquela pedreira e nas horas seguintes ao ruir da estrada, a avaliar as condições de segurança do local prévias às operações de resgate.

Além desses militares, o Exército tem ainda um oficial de ligação ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora e outro como membro da Comissão Municipal de Proteção Civil.

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