Transportes. Afinal, o passe família em Lisboa só arranca em julho
As famílias que moram em Lisboa e nos restantes 17 municípios da área metropolitana só vão aceder ao passe família a partir de julho e não já no próximo dia 1 de abril.
A junção de um agregado familiar num único passe - levando a que cada família pague no máximo dois títulos - é uma das grandes mudanças nos tarifários dos transportes públicos que está prometida para o primeiro dia do próximo mês, no entanto, durante três meses os passes vão continuar a ser comprados de forma individual.
Em nota divulgada ao início da tarde desta sexta-feira, a Área Metropolitana de Lisboa, que está a liderar este processo, não explica a razão do atraso neste tarifário específico, mas ao DN, o primeiro-secretário Metropolitano, Carlos Humberto, já tinha avançado que o passe família era a situação "mais difícil do ponto de vista técnico e que ainda [a 3 de março] está a ser estudada. Há muitas coisas que é preciso ter em conta e precisamos da cooperação de várias entidades do Estado central, senão as pessoas têm de andar com vários papéis atrás. O passe família é o que é tecnologicamente mais difícil".
A partir do primeiro dia de abril haverá dois tipos de passes: navegante municipal (circulação em qualquer transporte na área de um município) com um preço de 30 euros; e navegante metropolitano que custará 40 euros e possibilitará a utilização de qualquer operador. Por exemplo, no caso da AML um utilizador pode ir de Setúbal a Mafra sem pagar mais qualquer tarifa.
Além destes dois passes vai existir o Navegante Metropolitano +65, destinado a maiores de 65 anos, reformados e pensionistas, que poderão usar todos os transportes públicos na AML pagando 20 euros por mês.
As crianças até aos 13 anos não vão pagar para utilizar os transportes públicos: chamar-se-á Navegante 12 e também é válido para toda a área metropolitana. Ou seja, no máximo uma família passará a pagar 80 euros se viver fora de Lisboa (a partir de julho e com a junção de todos os passes do agregado familiar) e 60 se morar na capital.
De acordo, com a nota da AML a partir do primeiro dia de abril vão passar a existir 19 novos passes: o metropolitano e 18 municipais (um para cada município) e todos vão ter validade mensal deixando de existir os chamados passes deslizantes - os que não começam no primeiro dia do mês. Sendo que em abril deverá existir uma forma de alinhamento do passe para os detentores de títulos que, por exemplo, sejam válidos até ao dia 15 desse mês.
Estas explicações devem ser dadas na próxima segunda-feira durante a cerimónia de assinatura dos Contratos Interadministrativos relativos a estes novos tarifários, que contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, do ministro das Finanças, Mário Centeno, do presidente da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Fernando Medina, do primeiro-secretário Metropolitano, Carlos Humberto de Carvalho, e dos presidentes das câmaras da AML.
Devido a este acordo o Estado - que manterá o apoio que já existe a alguns passes, como o para estudantes - vai comparticipar a redução do preço dos passes com a transferência para as empresas de transporte de 104 milhões de euros, recebendo as operadoras da AML 73 milhões. Para a á Área Metropolitana do Porto vão seguir 15,9 milhões e a restante verba será entregue às comunidades intermunicipais que vão implementar este tipo de programa de redução de preços.