Maternidade Alfredo da Costa em serviços mínimos. Só há um anestesista de serviço
A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) só tem um anestesista de serviço na véspera e dia de Natal, o que está a obrigar a maternidade a reencaminhar para outros hospitais todos os casos não urgentes.
Nesta altura, estão 17 grávidas na maternidade às quais será prestada toda a assistência necessária, mas ao nível das urgências os casos de menor gravidade serão transferidos para outras instituições hospitalares.
Clara Soares, coordenadora do serviço de urgência da da MAC, disse à imprensa que não será possível admitir em internamento grávidas em trabalho de parto normal. "Qualquer grávida que venha à urgência, temos uma equipa que está disponível para a observar. No entanto, não podemos admitir a internamento grávidas que estão em trabalho de parto normal. Qualquer grávida que esteja numa situação de urgência será observada e internada. Não temos condições para conseguir fazer o normal funcionamento", explicou.
O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM tem já indicação para levar para a MAC apenas os casos mais graves, nomeadamente de grávidas em trabalho de parto prematuro, uma vez que a maternidade dispõe de serviço de neonatologia. As restantes estão a ser levadas para outros hospitais do SNS, acrescentou a mesma responsável.
"A nossa preocupação é assegurar que as grávidas sejam tratadas com qualidade e segurança. E a segurança tem a ver com a presença de profissionais em número adequado para resolver todas as situações que aqui chegam".
Clara Soares confirmou ainda que na véspera e dia de Natal está a trabalhar apenas um anestesista, que faz um turno de 12 horas.
No último concurso para a contratação de médicos, porém, não abriu qualquer vaga para anestesistas na MAC. "Há escassez de anestesistas no Centro Hospitalar de Lisboa Central, há escassez de anestesistas a nível global", frisou a coordenadora do serviço de urgência da maternidade, que revelou que não é a primeira vez que a MAC fica com serviços mínimos por falta de anestesistas: o mesmo aconteceu na noite do passado dia 6 de outubro.
À TSF, Maria José Alves, a médica responsável pela medicina materno-fetal, disse mesmo que o serviço de urgências estaria encerrado a 24 e 25 de dezembro por falta de recursos humanos, acrescentando que a decisão de não receber grávidas foi tomada para que fosse mantida a segurança das gestantes já internadas.