Criança asfixiada pelo pai. Mãe tinha feito queixa por ameaças

Pedro Henriques estava em sua casa em Castanheira de Pera, de onde era natural e onde se terá suicidado. Filha de dois anos terá sido asfixiada pelo próprio pai. Mulher tinha apresentado queixa por coação e ameaça. Foi arquivada.
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A criança de dois anos encontrada esta manhã na bagageira do carro do pai, que fugiu com ela depois de alegadamente ter matado a sogra à facada, terá sido asfixiada pelo próprio progenitor. Segundo fonte ligada ao processo, é para esta conclusão que aponta a investigação preliminar a cargo da Polícia Judiciária, que remeteu para mais tarde um comunicado oficial.

A filha de dois anos de Pedro Henriques foi encontrada morta esta segunda-feira de manhã em Corroios, no porta-bagagens de um carro. Inicialmente foi noticiado que a criança não apresentava sinais de violência física. Foi o próprio pai que, às 8.25, alertou o INEM para a localização da filha. Mas depois de uma análise mais apurada ao cadáver da criança, concluiu-se que terá sido asfixiada ainda esta manhã e pelo pai.

O homem que é suspeito de ter matado a filha de dois anos e a sogra foi depois encontrado morto com tiros de caçadeira, confirmam fontes da Polícia Judiciária ao DN. Pedro Henriques, que teria entre 35 e 40 anos, estava na sua casa em Castanheira de Pera, de onde era natural e onde se terá suicidado com uma caçadeira.

O homem ter-se-á deslocado num outro carro - não se sabe como o arranjou - até Castanheira de Pera e acabou por ser encontrado por pessoas da terra que alertaram as autoridades. A Polícia Judiciária remeteu mais informações sobre o caso para mais tarde, em comunicado.

Pedro Henriques era também suspeito de ter degolado a sogra, uma mulher com cerca de 60 anos que foi encontrada morta no interior da sua casa, na Cruz de Pau, concelho do Seixal, Setúbal. A Polícia foi alertada cerca das 08,30 por moradores do prédio, na Rua do Minho, para um caso de violência doméstica, que terminou com o esfaqueamento da vítima.

Testemunhas relataram à polícia que o suspeito abandonou o local numa viatura, em que também transportava a filha de dois anos. Ninguém confirmou ao DN se a discussão terá estado relacionada com o facto de na manhã de segunda-feira Pedro ter de ir a tribunal com a mãe da sua filha para decidirem a regulação do poder paternal.

Mulher apresentou queixa por coação e ameaça, mas desistiu

Pedro Henriques e Sandra Cabrita estavam separados mas segundo várias testemunhas tinham uma relação conflituosa. De tal forma que em 2017 Sandra Cabrita apresentou queixa por coação e ameaça contra o ex-marido. Foi aberto um processo de investigação, que acabou "arquivado por desistência da queixa da ofendida".

O DN questionou o Ministério Público por que razão esta queixa não foi classificada como violência doméstica, mas não obteve resposta. Caso fosse classificado como um caso de violência doméstica não teria efeitos a desistência da queixosa, uma vez que é um crime público, que não depende da queixa de uma pessoa.

Na resposta enviada ao DN o MP refere ainda que corria no Tribuna de Família e Menores um processo relativo à regulação das responsabilidades parentais e que ontem tinha sessão marcada.

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