Interior em risco máximo de incêndio. Marcelo admite interromper férias

O interior do Norte e Centro de Portugal continental está esta sexta-feira em risco máximo de incêndio, no segundo e último dia da situação de alerta decretada pelo Governo. De férias na Madeira, o presidente da República está a seguir a situação.

A situação de alerta em todo o território continental vigora até ao final do dia de hoje e surgiu na sequência da ativação do estado de alerta especial de nível vermelho para os distritos de Bragança, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco, Faro e Viseu.

Em alerta especial de nível laranja estão os distritos Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto, Santarém e Viana do Castelo e em nível amarelo os de Lisboa e Setúbal.

Esta sexta-feira de manhã, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) dá conta na sua página de internet que estão ativos 114 fogos no país, que levam à mobilização de 2107 operacionais, apoiados por 672 viaturas. Cinco dos fogos têm maior dimensão e mobilizam 1331 operacionais.

De acordo com o 'site' da ANEPC, o incêndio que deflagrou cerca das 12:00 de quinta-feira em Sernancelhe, no distrito de Viseu, ainda está em curso e, pelas 08:20 tinha no local 384 operacionais, apoiados por 117 veículos.

Também em curso está ainda o fogo de Torre de Moncorvo em Bragança, onde pelas 08:20 combatiam as chamas 136 operacionais, apoiados por 54 veículos.

Já em Alijó, no distrito de Vila Real, o incêndio está em resolução, mas ainda estão no local 154 operacionais, apoiados por 53 veículos.

Também no distrito de Vila Real, o incêndio que tinha deflagrado em Sabrosa pelas 15:37 de quinta-feira está igualmente em resolução. Pelas 08:20 estavam no local, de acordo com o site da ANEPC, 89 operacionais, apoiados por 26 veículos.

No incêndio do Sabugal, na Guarda, também em resolução, segundo a ANEPC, pelas 08:20 estavam no local 201 operacionais, apoiados por 63 veículos.

No Fundão, distrito de Castelo Branco, o incêndio que deflagrou às 13:58 de quinta-feira está igualmente em resolução, mas ainda é o que mais meios tem no local: 436 operacionais, apoiados por 139 veículos.

Este fogo, que deflagrou ao início da tarde de quinta-feira em povoamento florestal, obrigou à evacuação da praia fluvial de Janeiro de Baixo, que na altura tinha cerca de 70 pessoas.

Neste incêndio, uma operacional dos Bombeiros Voluntários do Fundão sofreu ferimentos ligeiros.

Também em resolução está o fogo que deflagrou na madrugada de quinta-feira em Porto de Mós, no distrito de Leiria, onde pelas 08:20 estavam 105 operacionais, apoiados por 34 veículos.

Marcelo em contacto com MAI e autarcas

Na Madeira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que está a acompanhar a vaga de incêndios que assola o território continental e admitiu a possibilidade de interromper as férias no Porto Santo se a situação piorar.

"É um período particularmente difícil. Eu estou a acompanhar e sempre, como acontece nestas situações, embora eu deva partir daqui depois de amanhã [sábado], espero não ter de partir amanhã [sexta-feira]. Era bom sinal. Era sinal de que a noite permitiu um controlo nalgumas destas frentes", afirmou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no centro da cidade Vila Baleira, onde se deslocou quinta-feira à noite em passeio, com o propósito de comer uma "lambeca", um tipo de gelado muito popular no Porto Santo.

O Presidente da República vincou que esteve em contacto com o ministro da Administração Interna e com os presidentes de câmara de Sernancelhe, Alijó, Fundão e Sabugal.

"As condições, já se sabia, eram muito difíceis no dia de hoje e nos próximos dias", disse, realçando que a ocorrência de "vários focos" em "várias áreas muito distanciadas" dificulta a utilização de meios aéreos.

E reforçou: "Quando há um grande incêndio, ou dois no máximo, é fácil pegar nos meios aéreos que estão no Algarve e os que estão no norte e levá-los para o centro, se for necessário. Havendo o risco de fogos diversos, em vários lugares, não se pode desguarnecer aquilo que está preparado para intervenções a nível mais regional e local".

Risco máximo em quase uma centena de concelhos

A declaração de situação de alerta que está em vigor implica a elevação do grau de prontidão e resposta operacional da GNR e da PSP, das equipas de emergência médica, saúde pública e apoio psicossocial e a mobilização em permanência das equipas de sapadores florestais e do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza.

Em situação de alerta é proibida a realização de queimadas e o uso de fogo de artifício ou de outros artefactos pirotécnicos e é proibido o acesso, circulação e permanência em espaços florestais "previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios".

Também não são permitidos trabalhos florestais e rurais com equipamentos elétricos em espaços, como motorroçadoras, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

Quanto ao risco de incêndio definido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), é hoje máximo em quase uma centena de concelhos dos distritos de Braga, Porto, Viana do Castelo, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra, Santarém e Portalegre.

Em risco muito elevado estão cerca de 60 municípios dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Coimbra, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.

Já em risco elevado de incêndio o IPMA colocou quase toda a região do Alentejo e parte do Algarve, assim como cerca de três dezenas de concelhos nos distritos de Lisboa, Santarém, Leiria, Aveiro, Viseu, Porto e Viana do Castelo.

O risco de incêndio definido pelo IPMA é calculado a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. Tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

O IPMA prevê para hoje uma pequena descida da temperatura máxima e nebulosidade na faixa costeira.

As temperaturas máximas vão variar entre os 23º (Porto e Aveiro) e os 37º (Bragança, Castelo Branco e Évora) e as mínimas entre os 15º (Braga) e os 22º (Portalegre e Faro).

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