Mais de 100 pessoas deslocadas em Silves já foram para casa
Fogo na serra algarvia provocou 299 deslocados e 36 feridos
A totalidade das pessoas que pernoitaram na Escola 2,3 Garcia Domingues, em São Bartolomeu de Messines, Silves, já regressaram a casa, disse à Lusa a presidente da Câmara de Silves, Rosa Palma.
"Ontem foram convidadas a sair das suas casas por motivos de segurança, recolhemos pessoas de várias localidades, desde Pinheiro e Garrado, Vale Fuseiros, Cumeada, entre outras localidades que estavam em risco", referiu a autarca, acrescentando que as pessoas regressaram às suas habitações durante a manhã, depois de terem sido deslocadas ao longo da tarde e da noite de quarta-feira.
Rosa Palma sublinhou que se deslocou a vários locais da zona afetada "para constatar se as casas estavam protegidas" e que até agora o município "não tem conhecimento que nenhuma casa tivesse ardido".
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Só no ginásio da Escola EB 2,3 João de Deus, em São Bartolomeu de Messines, foram sendo acolhidas ao longo da tarde e noite de quarta-feira um total de 106 pessoas.
Esta quinta-feira de manhã a Proteção Civil indicou estarem deslocadas 299 pessoas, que foram sendo distribuídas pelos vários centros de apoio à população nos concelhos de Monchique, Portimão e Silves.
"Em Silves tivemos de criar dois locais de acolhimento, porque o fogo [na quarta-feira] já estava na Estrada Nacional 124 e as pessoas foram deslocadas para São Bartolomeu de Messines, para o ginásio da Escola EB 2,3 João de Deus", precisou a autarca.
No início da semana, quando o fogo chegou pela primeira vez ao concelho de Silves, atingindo a localidade de Falacho, o município já tinha criado um centro de acolhimento na escola EB 2,3 Garcia Domingues, situada na cidade de Silves.
Rosa Palma aproveitou para enaltecer o envolvimento da comunidade local no auxílio à população afetada pelo fogo e deslocada para São Bartolomeu de Messines.
"Foi tudo feito muito rapidamente, tivemos de improvisar, assegurámos os cuidados médicos necessários e a população local deu uma preciosa ajuda, vieram com almofadas, mantas, lençóis, colchões e outras coisas que permitiram colocar aqui no imediato e deitar as 106 pessoas, entre crianças e idosos", sublinhou.
A Proteção Civil da Câmara de Silves e equipas de paramédicos foram ao início da tarde fazer uma ronda com as pessoas entretanto realojadas esta quinta-feira de manhã nas suas casas para a prestação de cuidados médicos e alimentares.
O incêndio rural, que está a ser combatido por mais de mil operacionais, deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e lavra também no concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).
Segundo um balanço feito esta quinta-feira de manhã, há 36 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 299 pessoas estão deslocadas e distribuídas por centros de apoio, depois da evacuação de várias localidades.
Outras nove pessoas acamadas estão dispersas por unidades de saúde.
De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram 23.478 hectares. Em 2003 um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.
Na terça-feira, ao quinto dia do incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.