Incêndio de Monchique já fez 32 feridos. Situação está "mais estável"

Proteção Civil diz que "os dois pontos mais críticos" situam-se nas zonas de Fóia e de Silves. Apesar da situação "mais estável" esta manhã, as autoridades esperam reativações durante a tarde

O número de feridos do incêndio de Monchique subiu para 32, dos quais 31 são "leves" e um "grave", que está no hospital "em observação", disse Patrícia Gaspar, segunda comandante operacional nacional da Proteção Civil, no ponto da situação efetuado esta manhã.

Aos jornalistas, a responsável afirmou que a situação "está mais estável" esta manhã, sendo esperadas para esta tarde novas reativações. Há por isso "uma janela de oportunidade até às 14:00", disse, referindo-se às condições climatéricas.

Espera-se para esta quarta-feira "um dia muito semelhante ao dia de ontem", com temperaturas a rondar os 24º/25º e uma humidade que pode chegar aos 50%, sendo que o vento vai manter-se forte.

De acordo com a Proteção Civil, a zona de Fóia e Silves, especialmente em Pinheiro e Granado e na zona da Pedreira, são os "dois pontos críticos" nesta altura. Nestas zonas estão a ser "retiradas pessoas de forma preventiva" pela GNR, afirmou ainda.

Nestas duas áreas que suscitam mais preocupação das autoridades, Patrícia Gaspar disse que foram colocadas máquinas de rasto e meios aéreos.

"Estamos perante uma operação de enorme complexidade, é óbvio que poderá haver momentos em que as coisas não corram 100% como desejaríamos. A ter havido falhas, foram mínimas"

A estratégia, explicou a responsável, passa por "antecipar a eventual chegada de linhas de fogo às zonas populacionais" esperando "dominar o incêndio com a máxima brevidade possível".

"Estamos perante uma operação de enorme complexidade, é óbvio que poderá haver momentos em que as coisas não corram 100% como desejaríamos. A ter havido falhas, foram mínimas", admitiu a segunda comandante operacional nacional da Proteção Civil.

Quanto ao número de deslocados, passou de 230 para 181 pessoas, que saíram dos centros de apoio e estão agora em "casa de familiares" e de "estrangeiros, que regressaram às suas origens".

Atualmente, mais de 1400 operacionais estão no terreno e, segundo Patrícia Gaspar, é esperado um reforço de veículos urbanos do distrito de Lisboa. De acordo com a página da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), 12 meios aéreos estão a apoiar no combate ao incêndio que começou na sexta-feira, ao início da tarde.

Incêndio já destruiu mais de 21.000 hectares

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique já destruiu mais de 21.300 hectares, metade da área ardida na região em 2003, segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS).

De acordo com os dados europeus, no incêndio que começou em Perna da Negra (Monchique) arderam até esta quarta-feira 21.305 hectares, metade dos 41 mil que o fogo tinha destruído na mesma região em 2003 nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

O fogo de Monchique já destruiu quatro vezes mais do que a área ardida este ano até 15 de julho (5.327 hectares).

O maior incêndio em termos de área ardida que este ano se tinha verificado até à semana passada em território nacional foi o da Guarda, em fevereiro, que queimou 86 hectares.

No ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Quanto aos maiores incêndios em termos de área ardida no ano passado, no topo da lista aparece o que teve origem no dia 15 de outubro, em Seia/Sandomil, no distrito da Guarda, que destruiu 43.191 hectares.

Os incêndios do ano passado fizeram mais de uma centena de vítimas mortais, milhares de hectares de floresta destruída e milhões de euros de prejuízos.

Com Lusa.

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