Calendário solidário da UMinho põe a nu problema do alojamento estudantil
Alunos e antigos alunos, na sua esmagadora maioria atletas, posaram nus para o calendário solidário da Universidade do Minho (UMinho), que visa alertar para as dificuldades de alojamento da comunidade estudantil.
Tal como nas quatro edições anteriores, o dinheiro da venda do calendário solidário para 2020 reverte para o Fundo Social de Emergência (FSE) da UMinho.
O FSE é uma prestação pecuniária atribuída a fundo perdido, isenta de quaisquer taxas, que se destina a colmatar situações pontuais decorrentes de contingências ou dificuldades económico-sociais do estudante, com impacto negativo no seu normal aproveitamento escolar.
Complementa os apoios previstos pelo sistema de Ação Social para o Ensino Superior.
No conjunto das quatro primeiras edições do calendário solidário, somando os donativos (entre os quais 5000 dólares da Federação Internacional de Judo) e o apuro das vendas, foram depositados cerca de 20 mil euros na conta do Fundo Social de Emergência.
O calendário para 2020 põe a tónica nos problemas de alojamento que se deparam à comunidade estudantil, fruto da escassez da oferta e dos altos preços praticados.
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), promotora da iniciativa, refere que "o conceito de desabrigo perpassa toda a iniciativa do calendário solidário".
"Os modelos retratados estão desabrigados, assim como os estudantes que têm dificuldades em encontrar casa. Mas não só estes: os estudantes que o fundo solidário social tem apoiado, ano após ano, viveram também as suas formas de desabrigo", sublinha, em comunicado, a AAUM.
Entre os modelos que posaram para a objetiva do fotógrafo Nuno Gonçalves, contam-se Diogo Branquinho, atleta de andebol do FC Porto, Ricardo Aido, médico da Seleção Nacional de Voleibol, e os atletas do Sporting de Braga Nílson Miguel (futsal) e Maria João (voleibol).
Há, ainda, uma "equipa" da Ordem Profética, que deu corpo a uma foto que reencena a Última Ceia.
Uma foto que, como sublinhou o fotógrafo Nuno Gonçalves, também se integra no espírito do desabrigo, já que foi tirada ao ar livre e num dia de chuva.
Os modelos são, na sua esmagadora maioria, alunos e antigos alunos da UMinho, mas também há representantes das academias do Porto e de Aveiro.
No total, são oito homens e 21 mulheres, entre as quais uma grávida.
O calendário custa cinco euros e está à venda na sede da AAUM, gabinetes de apoio ao aluno e pavilhões desportivos da Universidade do Minho e nas lojas do Sporting Clube de Braga.