A fundação que estreitou distâncias entre Portugal e os EUA faz 35 anos
Há 35 anos, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) estreitava os mais de 7300 quilómetros de distância entre os dois países, de diferentes continentes, Portugal e EUA. Em mais de três décadas de cooperação, vários cientistas portugueses viram as suas ideias premiadas, outros académicos de áreas tão vastas como a educação, a arte, a ciência e a cultura ganharam voos para investigar nos EUA. Este ano, a FLAD quer celebrar as suas conquistas com um podcast e inúmeras conferências.
"Este 20 de maio de 2020 merece ser assinalado. O nosso passado é motivo de orgulho. Acredito que o presente e futuro também o serão", escreve Rita Faden, presidente da fundação desde janeiro do ano passado. Por isso, este aniversário é comemorado com "novas iniciativas na agenda", lê-se no comunicado enviado pela fundação. Sem data definida, a FLAD tem em vista a realização de um ciclo de conferências online para debater o futuro e um podcast sobre o impacto dos EUA na cultura portuguesa.
Aliados de guerra, Portugal e os EUA selaram em 1983 o Acordo de Cooperação e Defesa, no qual o governo português validou que os norte-americanos continuassem na Base das Lajes (até 1991). Dois anos depois, a 20 de maio de 1985, nasceria a FLAD, como contrapartida deste acordo. Uma fundação privada e financeiramente autónoma criada pelo Estado português, tendo por objetivo a promoção das relações entre as duas nações e a cooperação pelo desenvolvimento económico, social e cultural de cada um.
Desde então, já somou a conceção de 2028 estágios de investigação nos EUA, 4225 bolsas para apresentação de comunicações no mesmo país, 4211 apoios para a vinda de conferencistas dos EUA a Portugal, 516 apoios a mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos, 356 apoios a pós-graduações, 317 bolsas para participação em cursos no país do outro lado do Atlântico, 91 professores visitantes nos EUA e 31 apoios a MBA.
A fundação tem vindo ainda a promover o FLAD Science Award, que premeia o melhor da investigação científica. Foca também a sua missão na promoção da língua portuguesa nos EUA e no apoio à criação e produção artística a nível nacional e entre as comunidades portuguesa e lusodescendente neste país.
Especialmente "nestes dias em que os limites são mais vincados", devido à pandemia, a responsável Rita Faden garante que a missão deste organismo continua. Embora em diferentes moldes, "com novas iniciativas para promover o debate e a procura de soluções, aproximando Portugal e Estados Unidos".
"A FLAD reorientou parte das suas atividades para atender ao contexto de emergência que vivemos, apoiando quem mais precisa", lê-se no comunicado da fundação. Entre as ações levadas a cabo está o financiamento de 350 mil euros para o Banco Alimentar Contra a Fome, a distribuição de 10 mil viseiras "reutilizáveis pelos profissionais na linha da frente" e ainda o financiamento do Biobanco COVID19 pelo Instituto de Medicina Molecular.