28 migrantes que desembarcaram no Algarve vão ficar à guarda do SEF
Os 28 migrantes oriundos do Norte de África, intercetados esta terça-feira na ilha Deserta, já foram presentes ao Tribunal Judicial de Faro por entrada e permanência irregular em território nacional, informou esta sexta-feira o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em comunicado enviado às redações.
O Tribunal determinou que os cidadãos ficam à guarda do SEF a aguardar os trâmites do processo de afastamento que lhes vier a ser instaurado pela entidade.
Aos migrantes, 24 adultos do sexo masculino, três do sexo feminino, uma das quais grávida, e um menor, foram garantidas todas as necessidades básicas de alimentação e assistência médica e foram realizados testes à covid-19, tendo dois deles testado positivo.
Os elementos do grupo irão assim permanecer em isolamento e quarentena profilática, respetivamente, cumprindo as determinações da Autoridade Regional de Saúde.
Os 28 migrantes desembarcaram esta terça-feira numa pequena embarcação a motor na Ilha Deserta, indocumentados. No local da interceção estiveram presentes a Unidade de Controlo Costeiro da Guarda Nacional Republicana e a Polícia Marítima, tendo todos os procedimentos sido desenvolvidos em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Câmara Municipal de Loulé.
Este grupo de cerca de três dezenas de elementos junta-se aos 48 migrantes, na sua maioria marroquinos, que desde dezembro tentaram entrar em Portugal por via marítima através da costa algarvia. O Algarve tem sido procurado por migrantes ilegais como porta de entrada para a Europa, tendência que se tem acentuado nos últimos meses.
O primeiro grupo de oito migrantes, entre os 16 e os 20 anos, foi capturado pela Polícia Marítima, em dezembro, depois de alertada por pescadores locais, ao largo da ilha de Armona, no concelho de Olhão. Outros quatro jovens, que vinham também na pequena embarcação, conseguiram escapar antes da chegada das autoridades, estando até hoje em paradeiro desconhecido.
O segundo grupo, que desembarcou igualmente ao largo da ilha de Armona, em janeiro, foi também detetado por populares e era composto por 11 homens com idades compreendidas entre os 21 e os 30 anos.
Todos estes 19 migrantes tinham a mesma origem geográfica: El Jadida (antiga Mazagão portuguesa), na costa atlântica marroquina.
Já em junho, dois grupos de migrantes desembarcaram também no Algarve. Uma embarcação com um grupo de sete migrantes, alegadamente de origem marroquina, desembarcou ao largo de Olhão. Uma outra embarcação, desta vez com 22 migrantes oriundos no norte de África, foi intercetada quando as pessoas se preparavam para desembarcar na praia de Vale do Lobo, no Algarve.