É importante pensar no futuro!
É muito importante pensar no futuro. Mas, até lá chegarmos, vivemos o presente — e é nele que, estudando o passado, aprendemos a não repetir os mesmos erros e a preparar o melhor o que ainda está por vir. Parece uma verdade de La Palice, mas o óbvio, por vezes, escapa até aos mais atentos e experientes.
Vivemos tempos marcados por acontecimentos intensos: as jornadas decisivas de um campeonato de futebol, mais umas Eleições Legislativas, a expectativa quanto ao sucessor de Francisco ou os conflitos armados que persistem na Ucrânia e no Médio Oriente.
São temas sérios, que moldam o nosso quotidiano, mas a que já nos habituámos e a velocidade dos dias levam-nos a encará-los como se fossem apenas como a espuma dos dias, passageira, de uma maré constante de atualidade.
Num maio de sol intermitente, entre pontes e feriados que nos oferecem pequenas pausas na rotina, somos levados — felizmente — a abrandar.
E foi nesse espírito que ontem, domingo, celebrámos o Dia da Mãe. Uma data especial que me proporcionou um momento de pausa e reflexão, ao passear em família por Cascais, depois de um almoço tranquilo.
Caminhar pelas ruas da vila permitiu-me recordar os tempos da minha infância, passados com a minha mãe, e partilhar com os meus filhos as memórias de um concelho que, ao longo de quase 40 anos, se transformou profundamente.
Cascais cresceu. Os números oficiais mostram-nos que o concelho está, em muitos indicadores, entre os cinco primeiros a nível nacional. É uma proeza. Mas estar no topo, convém lembrar, nem sempre significa que tudo está bem. Muito foi feito, sem dúvida. Mas há muito espaço para melhorar, corrigindo o que de menos bom foi feito e aplicando novas e melhores práticas. Muito em Cascais tem de começar a ter sentido.
Tive o privilégio de servir a cidade de Lisboa durante várias décadas. Mas foi em Cascais que, em 1991, iniciei a minha vida política. Aqui vivi, aqui continuo a viver e a trabalhar. Aliás, este percurso foi apenas interrompido pelo fator determinante com que muitos são confrontados: a habitação.
É com tranquilidade, moderação e capacidade de diálogo que acredito ser possível encontrar respostas. A verdade é que os desafios que enfrentamos são transversais e comuns a todos. O essencial está em saber reconhecer e mobilizar os melhores contributos e as ideias mais eficazes — porque, como sempre defendi, as boas soluções não estão sempre do mesmo lado.
A expectativa é de que, no final de setembro, esses anseios encontrem resposta. De uma forma ou de outra, existe uma certeza: em Cascais haverá uma mudança tranquila, ponderada e construtiva — onde as decisões passam a fazer mais sentido; onde todos querem continuar a fazer mais e melhor para e por Cascais.
Mas, como tive oportunidade de constatar ao passear com os meus filhos por Cascais, a realidade de hoje é bastante diferente da que conhecíamos há 20 ou 30 anos. É precisamente por isso que é necessário agir com visão, fazer diferente — e melhor.
Sem dramatismos nem excessos, com a serenidade de quem tem Cascais no coração, com a lucidez de quem reconhece os desafios e com a convicção de que é possível — e desejável — fazer mais e melhor. Honrando o passado, compreendendo o presente e preparando o futuro que dá sentido a Cascais.