Voluntariado é quando um homem quiser

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O Natal é a época do ano em que se testemunham ações de solidariedade e caridade em maior número. Muitas materializam-se em ações de voluntariado a favor de causas, todas elas nobres. É o chamado espírito natalício, cujo impacto na sociedade é cada vez mais abrangente. 

Talvez fruto da maior e mais rápida fluidez da circulação de informação, há acesso a mais dados e também a casos que merecem a atenção geral. O voluntariado e as ações, assim como  medidas políticas (a todos os níveis), têm indubitavelmente mais destaque nesta quadra.

A primeira palavra deve ser dedicada aos voluntários que investem o seu tempo desinteressadamente para ajudar o próximo. As suas ações fazem a diferença na vida de muitas pessoas.

Contudo, quem precisa de ajuda, ou seja, os beneficiários de qualquer tipo de voluntariado, não espera pela época natalícia para criar essa necessidade. Infelizmente, e na maior parte dos casos, são situações com um período temporal mais alargado do que aquele em que ocorrem as festas.

Por essa razão, mesmo com o aumento da atividade no terceiro setor, e com todo o impacto de montante a jusante que dele advém, não basta. Há que ir mais além. Louvando todas as heroínas e os heróis que dedicam a sua vida ao voluntariado, e sabendo que o seu trabalho é muitas vezes incansável, é  extremamente relevante que a participação em ações desta natureza seja incutida desde tenra idade.

A criação de incentivos, de programas escolares ou mesmo a sua integração na estrutura curricular devidamente valorizada, permitirá criar o hábito e o contacto da população com uma realidade mais plural. Isso será educar pela força do exemplo e não pelo exemplo da força.

Os nossos representantes têm conferido mais visibilidade ao tema, mas há um longo caminho para percorrer. Os programas e apoios que vão sendo anunciados são bem vindos, mas carecem de prova de implementação, para futura avaliação, e por vezes a vontade política não se alinha em tempo útil com a necessidade de quem mais precisa.

O voluntariado pode assumir inúmeras formas; ser preconizado por cidadãos em nome individual, por empresas, perdurar por períodos alargados ou materializar-se em ações isoladas. Todavia, há um elemento que é comum independentemente do formato: aquilo que todas e todos dão de forma abnegada e altruísta é o seu tempo.

Assim, esse bem comum tão precioso e ao alcance de todos os mortais, é, em várias circunstâncias, o presente mais bonito que pode ser oferecido. Se houve quem disse que o “Natal é quando um homem (ou mulher!) quiser”, o voluntariado também o pode ser. 

Votos de um Santo e Feliz Natal.

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