O passado fim-de-semana marcou a realização dos congressos distritais do PS, que consagraram as “novas” lideranças do partido. O momento foi também relevante por se constituir como o tiro de partida para as eleições autárquicas, que mobilizarão a máquina partidária daqui até às eleições de 2025..No caso do congresso da área urbana de Lisboa, a que correspondem 11 concelhos, 7 dos quais governados pelo PS, Ricardo Leão, Presidente da Câmara de Loures, assumiu a presidência e a difícil ambição de conquista de ainda mais autarquias (Cascais, Lisboa, Mafra, ou Oeiras)..Em Cascais, onde decorreu o Congresso, reuniram-se os socialistas de Lisboa e aí ficou clara a ambição assumida pelo líder distrital: vencer as eleições autárquicas. Esse desejo foi secundado pelo Secretário-geral no encerramento do evento. .Enquanto militante e dirigente socialista, como é usual, participei e intervim no congresso num momento muito importante para o partido. As eleições autárquicas são as que mais dizem à população porque permitem um primeiro “embate” entre eleitor e eleito. Nessas, o PS tem conseguido obter resultados eleitorais estrondosos, com especial enfoque a partir de 2017. .A cada eleição autárquica o país tem ficado marcado por uma espécie de “mapa cor-de-rosa”. Contudo, ao contrário de 2017 ou 2021, o PS não governa Portugal. Portanto, os autarcas não têm o peso da governação de 10 anos, mas encontram-se igualmente desprovidos do respaldo do poder central..Análises à parte, em 2017 e 2021, o PS conseguiu obter resultados históricos na conquista de autarquias. Todavia, os dados disponíveis demonstram que os tempos são outros. O governo atual e a maioria parlamentar de direita não conferem as mesmas circunstâncias ao PS. É por isso essencial que o Partido Socialista não entre em derivas que possam encostar ou desviar o partido da sua matriz moderada, onde se encontra a maioria dos seus eleitores. .Para vencer será necessário somar ou multiplicar e não dividir ou subtrair. Apesar da sempre ambicionada e apregoada renovação, todos são poucos para ajudar a vencer as próximas eleições. Este é, portanto, o tempo de unir para vencer. Dispersar forças ou apoios é um ato que se costuma atribuir aos adversários. E o PS orgulha-se de ser um partido plural e democrático, que vive bem com fações, mas que ainda repudia a maioria dos facciosos..Os eleitores votam sempre bem, mesmo quando a cruz não recai no partido preferencial. Nenhum partido tem o direito divino de governar. Os partidos governam por mérito, ou seja, por apresentarem a melhor e mais válida ideia de cidade. E quando os eleitores nela se revêm e acreditam, aí sim tendem a votar no PS. Se os socialistas ganham mais, é porque apresentam mais e melhores projetos para o país e os cidadãos aí depositam a sua confiança. .Assim sendo, as posições do PS devem ser cristalinas e à prova de bala, com o respeito democrático pelas regras, regulamentos e leis, assegurando dessa forma que dentro de poucos meses está pronto para se apresentar aos eleitores..Este deverá ser um momento de grande união e em que todos contam. Para ganhar as eleições autárquicas o PS deverá assim apresentar-se determinado, resoluto e reconciliado com os portugueses. Os dados estão lançados e o tiro de partida foi dado. Falta agora correr até à meta.