Supermercados e marcas de produtores
É sabida a importância que a(s) marca(s) têm para as empresas:
1 Identidade e Reconhecimento: a marca ajuda a criar uma identidade única para a empresa, permitindo que os consumidores a reconheçam facilmente entre concorrentes.
2 Confiança e Credibilidade: marcas bem estabelecidas transmitem confiança e credibilidade; consumidores tendem a escolher marcas que conhecem e em que confiam, o que pode resultar em maior lealdade e repetição de compras.
3Diferenciação: em mercados saturados, uma marca forte pode diferenciar uma empresa dos seus concorrentes.
4 Valor Percebido: uma marca sólida pode aumentar o valor percebido dos produtos ou serviços; os consumidores estão dispostos a pagar mais por uma marca que consideram de qualidade superior ou mais confiável.
5 Fidelização do Cliente: marcas que se conectam emocionalmente com os consumidores podem criar um forte senso de lealdade; clientes fiéis não apenas continuam a comprar, como também recomendam a marca a outros.
6 Facilidade de Expansão: uma marca forte pode facilitar a introdução de novos produtos ou serviços; os consumidores que já confiam na marca são mais propensos a experimentar novas ofertas.
7 Marketing e Publicidade: uma marca bem definida ajuda na criação de campanhas de marketing mais eficazes; a mensagem da marca pode ser comunicada de forma consistente, aumentando o impacto das ações promocionais.
8 Valor de Mercado: empresas com marcas fortes geralmente têm um valor de mercado mais alto; investidores reconhecem o potencial de crescimento e a estabilidade que uma marca consolidada pode oferecer.
9 Cultura Organizacional: a marca também reflete os valores e a missão da empresa, ajudando a moldar a cultura organizacional e atraindo talentos que se alinham com esses princípios.
No Programa do atual Governo consta, como é habitual: “Promover o investimento na criação e promoção das marcas portuguesas como fator de criação de maior mais-valia nos produtos e serviços nacionais.”
Um fenómeno que tem sido negligenciado é o da pressão das empresas de supermercados sobre pequenos produtores nacionais de produtos alimentares para “aceitarem” produzir, com marca da empresa do supermercado, a totalidade ou parte dos seus produtos.
Num recente artigo-reportagem no DN, a jornalista Ilídia Pinto apurou que “em cinco anos, a quota das marcas próprias da distribuição passou de 32% para mais de 45% do mercado”. Como é possível a empresas portuguesas produtoras de bens alimentares afirmarem as suas marcas se as grandes cadeias de supermercados abusam do seu poder e os forçam a eliminar total ou parcialmente a sua marca e substituí-la pela deles?
Andam os especialistas e os Governos a promover a importância das marcas para as empresas portuguesas, enquanto os gigantes da distribuição alimentar se empenham em destruí-las... Como é possível que ninguém mexa uma palha para alterar esta situação?