Pinto da Costa de A a Z

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É justo começar por Artur Jorge, o primeiro treinador a levantar um troféu europeu no FC Porto de Pinto da Costa.

Benfica, o “ódio de estimação” que serviu de combustível para tantas conquistas.

Campeão podia ser o seu nome do meio, tantos os títulos em tantas competições de tantas modalidades.

Deco é um dos maiores exemplos da sua sagacidade: de craque desprezado no rival, a um dos maiores talentos da história dos dragões (não mais andrades).

As Escutas, claro, que o colocaram no epicentro de um dos processos mais obscuros do futebol português (Apito Dourado).

Futre foi um dos primeiros golpes de génio e também o primeiro grande negócio milionário de vendas para o estrangeiro.

Gomes, o “Bibota”, o principal goleador e grande ídolo portista de 80 que não se importou de descartar em prol do projeto, “obrigando-o” a acabar a carreira no Sporting (reconciliaram-se anos mais tarde e voltou como dirigente).

Hulk, o incrível talento descoberto no Japão para ser o super-herói de uma equipa que assinou a época perfeita, em 2010-11, com André Villas-Boas.

Inimigos, granjeou uma boa coleção deles, mesmo que alguns só de ocasião, do compadre Alexandre Magalhães, a vários dirigentes rivais (João Rocha, Gaspar Ramos, Vieira…) ou políticos (Rui Rio).

O capitão dos capitães, João Pinto, que defendia até ao limite, como quando quase fez autogolo num jogo importante: “Aliviou para o poste, para não ceder canto.”

Kostadinov, a pérola búlgara que formou, com Domingos, uma das mais temíveis duplas de ataque.

Inevitavelmente, o “Luís André” (Villas-Boas), como fez questão de tratar o antigo treinador da cadeira de sonho, que o fez cair da cadeira do poder em abril passado.

Mourinho, o treinador da era mais dourada de todo o reinado, que resgatou o FC Porto de uma crise profunda nos primeiros anos deste século e o recolocou como rei da Europa em 2004.

Norte, a grande causa regional que fez entrar em campo contra o centralismo da capital até ao fim.

A Obra, visível desde a VCI, com um dos mais modernos estádios europeus, pavilhão, museu e um centro de treinos em Gaia.

Pedroto, o mestre original, cujas ideias lhe arquitetaram o projeto; e também o penta inédito.

A Queda dos últimos anos, enredado em teias de interesses que deixaram o FC Porto em grave situação financeira.

A Retrete das Antas, cuja penhora em 1994 serviu para um dos mais inflamados discursos contra o centralismo e o então ministro Eduardo Catroga; mas também Reinaldo Teles, o fiel escudeiro.

Os Super Dragões, a guarda pretoriana que cultivou até ao limite da promiscuidade; e Sérgio Conceição, o último e mais duradouro treinador.

Tóquio e uma epopeia à neve que valeu a primeira Taça Intercontinental do clube (e do futebol português).

Único e, seguramente, irrepetível.

Viena e um calcanhar argelino (Madjer) que lançou o FC Porto de dimensão internacional.

W-52, a mancha do regresso ao ciclismo.

O Xadrez que simboliza o líder histórico do Boavista Valentim Loureiro, um dos principais aliados na guerra Norte-Sul.

Yokohama, um regresso feliz ao Japão.

Zé Beto, como Rui Filipe, um símbolo das fatalidades que Pinto da Costa teve de chorar.

Hoje é por ele que chora o universo portista.

Editor do Diário de Notícias

Pinto da Costa de A a Z
Pinto da Costa. O “homem solto” que fez a “mudança radical” no futebol nacional
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