Opinião pessoal (XLIX)

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Na perspetiva de podermos alcançar mais longevidade, isto é, de retardar o final da nossa própria vida, já aqui escrevi que dispomos de vacinas que são eficazes para evitarem muitas doenças infecciosas (bacterianas ou virais) e, igualmente, para prevenirem o cancro do fígado, o cancro do colo do útero e o cancro oral.

Insisti, a este propósito, que era importante atender à alimentação equilibrada, à promoção de estilos de vida higiénicos (sem sedentarismo, sem fumo de tabaco e sem excessos de álcool).

Por proposta apresentada no 40.º Congresso de Pneumologia, a essas medidas essenciais, é preciso juntar o sono para concluir o “composto milagroso” para vivermos mais tempo e melhor. Agora, sabemos, pela certa, que há essa fórmula para prolongar a vida. É pura realidade, cientificamente comprovada.

Precisemos.

Dormir bem, tanto em quantidade de horas como em qualidade, representa um fator que protege a saúde e previne doenças (relação inquestionável em medicina, sublinho).
Como se sabe a duração do sono, considerada normal, muda segundo a idade. Em crianças recém-nascidas pode variar entre 14-17 horas e em adultos é de metade (entre 7-8 horas).

Na perspetiva da conservação da saúde é preciso evitar distúrbios do sono através de ações de prevenção e, se necessário, de tratamento clínico adequado.

Neste contexto, sobretudo durante o período noturno, é necessário assegurar condições de conforto (incluindo térmico) e impedir ambientes com poluição sonora.

Neste sentido, há que atender aos ruídos originados pelo tráfego junto de aeroportos ou de autoestradas ou, ainda, de estabelecimentos fabris ou comerciais e, até, por vezes aparelhos de ventilação ou de extração de casas vizinhas. Em certas situações, a solução para acabar com a exposição ao ruído pode passar pela mudança do quarto de dormir ou da própria residência.

Ora, durante o sono, o automatismo dos movimentos respiratórios, regulados por centros encefálicos, visa garantir a oxigenação do sangue circulante. Porém, este mecanismo automático pode sofrer interrupções patológicas que ocorrem momentaneamente (muitas vezes de forma cíclica) e que podem provocar redução dos teores do oxigénio arterial. Condição esta designada por apneia do sono que para ser corrigida implica tratamento por aplicação de pressão positiva através de um dispositivo elétrico colocado na mesa de cabeceira.

A apneia do sono tem elevada magnitude, traduzida pela alta prevalência de pessoas que dormem com estes equipamentos. Ressonar alto e cansaço são sinais de alerta.
Bem distinta, é a perturbação do sono atribuída a causas associadas à saúde mental que impõem tratamentos especializados por psicólogos ou psiquiatras.

franciscogeorge@icloud.com

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