Onde está o “empobrecimento”!?

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1  O líder do PSD tem-se especializado em contestar o óbvio bom desempenho económico e social do país nos últimos anos, insistindo repetidamente que “estamos num ciclo de empobrecimento galopante e estamos a ficar no fundo da tabela” e que “o PS mantém Portugal amarrado a uma trajetória que só trouxe empobrecimento ao país”.

O líder da oposição bem poderia apontar o que faltou fazer, criticar como foi feito, mostrar como era possível fazer melhor, e tudo isto o tornaria mais credível do que negar evidências, algumas das quais facilmente percetíveis por qualquer cidadão comum na sua vida quotidiana. Mas, em vez de mostrar alternativas concretas às políticas e ações desenvolvidas nestes oito anos de governação socialista, prefere enveredar por “chavões” vazios de sentido, denegando o que está à vista de qualquer pessoa.

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Vamos então verificar os números que desmentem em absoluto o alegado “ciclo do empobrecimento”, todos publicados por entidades independentes.

A economia portuguesa foi considerada entre as de melhor desempenho na UE no ano passado. O número de empresas que entraram no mercado, com os devidos reflexos no emprego criado, nunca foi tão grande como em 2023. Portugal foi o país da UE que mais reduziu a taxa de risco de pobreza, a qual ficou abaixo da média europeia, e, melhor ainda, registou uma diminuição de 68% da taxa de pobreza infantil, sendo o país da OCDE onde menos alunos ficam sem comer por falta de dinheiro, à frente da Finlândia e da Holanda. Os salários (e não somente o salário mínimo) e as pensões aumentaram em termos reais. A riqueza das famílias subiu em média 47% nos últimos cinco anos, reduzindo a diferença para a UE. O poder de compra aumentou 3,4 pontos percentuais - como mostra a compra de automóveis e as compras de Natal -, e o mesmo aconteceu com os depósitos bancários.

E tudo isto foi conseguido a par de uma notável melhoria da situação orçamental e da segurança financeira do país, que tanto prezamos, com enorme redução da dívida pública e a melhoria do rating, o que nos coloca a par da França, Áustria e Bélgica.

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Quanto às reformas que o líder do PSD acusa o PS de não ter feito, também é precisa uma grande miopia política para não ver as que se fizeram no domínio da transição energética, da descentralização territorial (local e regional), da modernização e simplificação administrativa (tornando os serviços públicos e os procedimentos mais simples e mais próximos dos cidadãos), das prestações sociais (nomeadamente as creches gratuitas), das infraestruturas (ferrovia, metro e preparação da localização do novo aeroporto de Lisboa), das ordens profissionais (reduzindo o protecionismo profissional, em benefício dos utentes), sem esquecer a reforma do IRS e as reformas da organização do SNS e da política de habitação, cuja execução agora se inicia.

É por estas e por outras razões que mudar de Governo nas próximas eleições seria um péssimo negócio para a generalidade dos portugueses, desde logo pelo risco de reversão dos avanços económicos e sociais alcançados e das reformas efetuadas.



Eurodeputada

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