Natal também é sinónimo de nostalgia

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O Natal já chegou. As luzes de muitas ruas já se acenderam, as montras estão repletas de artigos alusivos ao tema e, só na minha rua - que é pequena -, já mais de metade das casas estão decoradas a preceito. Aqui e ali ouvem-se os desejos de “Boas Festas” e percebemos que não há volta a dar - começou a contagem decrescente para as prendas, as festas e os convívios familiares. E, para quem acredita, aguarda-se a celebração do nascimento de Jesus.

Mas se é verdade que, para muitos, a época natalícia significa alegria, esperança, comunhão e partilha, não podemos negar que, para tantos outros, é sinónimo de tristeza, perda, angústia e nostalgia.

Muitos recordam os Natais do passado, em que a mesa estava cheia - nem sempre de comida, porque os tempos eram outros, mas sim de pessoas. Daquelas pessoas realmente importantes e que hoje, por motivos tão diversos, estão ausentes. Hoje, muitas mesas estão repletas de comida, mas vazias de afetos.

Outros antecipam os conflitos recorrentes nesta altura do ano, os familiares com relações tensas que mal se falam, os casais desavindos que fazem um esforço para parecer que está tudo bem e a contagem decrescente que se faz para que esta altura do ano passe depressa.

Outros, ainda, reúnem forças para enfrentar o faz-de-conta e a hipocrisia que se vive nesta época onde, de repente, tudo se transforma em amor e harmonia.

Existe ainda a solidão, a saudade e a perda, que ganham mais força nesta altura do ano… as luzes que nos rodeiam contrastam com a escuridão que muitos sentem dentro de si.

O Natal já chegou e é preciso olhar para dentro e para fora. Olhar para dentro de cada um de nós e tentar perceber o que sentimos e por que sentimos. E o que podemos fazer ou a quem podemos pedir ajuda para nos sentirmos melhor. E olhar para fora, que é como quem diz, olhar para quem está ao nosso lado. Quantos perto de nós sorriem com vontade de chorar?

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