“Mais regulação e exigência”

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A falência do Grupo Espírito Santo foi o evento que pode ser considerado o “Lehman” português. Pela dimensão, pela perceção pública que seria too big to fail.

Se a coragem política do Governo de então, em não colocar em causa os dinheiros públicos para resgatar o grupo é algo de assinalável, também é verdade que a insolvência acabou por trazer problemas aos portugueses que lá tinham as suas poupanças, e que em muitas situações perduram até aos dias de hoje - a verdade é que não há, ainda hoje, conhecimento de processos concluídos de liquidação e recuperação de bens do grupo que possam ser considerados minimamente relevantes.

Os pequenos investidores não-profissionais, sobretudo, continuam com pouca esperança em recuperar parte das suas poupanças, num processo onde é claro que existiram processos de venda indevida.

Por outro lado, dez anos depois, os reguladores tomaram medidas para evitar situações similares - sobretudo no que diz respeito aos conhecimentos e experiência dos clientes não-profissionais. Mais regulação e exigência para que não se voltem a repetir situações similares.

As instituições europeias criaram regras mais exigentes relativamente aos balanços dos bancos, e sobre as condições em que se produz negócio. Será discutível se estas regras - que trazem mais questionários e burocracia - trazem também melhores condições para que os clientes estejam efetivamente mais defendidos.

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