Estar na política significa conviver com a diferença, mas apresentar um rumo, uma direção..O exercício da política, enquanto tal, é em nome da resolução dos problemas dos nossos concidadãos, tudo para promover o melhor serviço público..É por isso que não compreendo alguns, que travam batalhas políticas onde o facciosismo e o radicalismo parecem ser, cada vez mais, uma moda. Não se aceita que o serviço público, em particular aquele que se empenha em salvar vidas humanas, possa ser campo de batalha entre diferenças ideológicas não-fundamentadas, nomeadamente a exclusão de soluções privadas, não pela racionalidade das vidas que salvam, mas porque se entende que no SNS não há lugar à presença de privados ou instituições sociais..O anúncio das 20 Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C, 10 para Lisboa e Vale do Tejo, 5 para Leiria e 5 para o Algarve, são um exemplo recente dessa forma de estar..Porém, no PS reina o caos, acossados pela luta contra o privado e a pressão pública da falta de resposta. Para o PS o importante é que os privados (esses malditos) não entrem na equação, mesmo perante a evidência de que o atual SNS está em rotura e sem capacidade para responder a todos. Marta Temido, antiga Ministra da Saúde, sempre se opôs a contar com o setor privado. Frontalmente e sem qualquer rebuço. Já o seu sucessor, Manuel Pizarro, em novembro de 2022, tinha uma posição diferente. Admitia a criação de Unidades de Saúde Familiar modelo C, para responder à falta de médicos de família. “Num período transitório” garantia equacionar esse modelo..E dava como bons exemplos a Via Verde do Seixal, na Margem Sul ou o Projeto Bata Branca, em Cascais, “modelos a replicar”, garantia..No entanto, mudou de ideias em 2023. Afinal as USF modelo C não iriam resolver o problema e até iriam criar outro: os médicos poderiam começar a deixar o SNS para integrar as USF sob gestão privada... e lá vem o papão outra vez. Será que a esquerda não compreende que, para os portugueses, lhes é indiferente se é público, privado ou social?.No país, contra ventos e marés, serão, para já, mesmo implementadas 20 USF. E Lisboa, sob a direção de Carlos Moedas, também não se deixou paralisar pela inconsistência socialista para o rumo do serviço público..Reconhecendo a necessidade de suprir as insuficiências na resposta na Área da Saúde, Lisboa foi para além das suas competências, construindo soluções que servem como um complemento ao Serviço Nacional de Saúde, numa altura em que tantos não têm médico de família..E aqui não impera qualquer deriva ideológica, impera sim a necessidade de resposta aos anseios das comunidades que servimos..São disso exemplo a inauguração recente das duas clínicas de proximidade Lisboa + Saúde, no Bairro do Armador e na Alta de Lisboa, que já serviram milhares de utentes que não encontravam resposta nos centros de saúde..E se já tanto se falou do Plano de Saúde 65+, porque não falar do protocolo com a Fundação Champalimaud para o rastreio gratuito do cancro da mama, o Café Memória em Parceria com a Santa Casa da Misericórdia e a Alzheimer Portugal, o Projeto Cuidar em Casa, e tantas outras iniciativas, como o apoio a amputados, a cuidadores informais, vida saudável, saúde oral..E tudo isto foi concretizado, apesar da oposição e crítica feroz de um socialismo que na cidade de Lisboa, quer procurar bloquear e escamotear tudo o que o que Carlos Moedas tem feito..Por isso, se para alguns socialistas a verdade de Ega os assusta, talvez a leitura de um médico, que conhecemos como destacado dirigente socialista, lhes mereça todo o respeito:.“Acho bem ir para este modelo C que ainda não estava implementado. Isto é uma grande mudança. É passar para o sistema privado e social os cuidados primários. Até agora a medicina privada era só diagnóstico e hospitais.” O autor da frase? Álvaro Beleza.