A Crise da Mobilidade Urbana em Lisboa e as soluções para o futuro

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A cidade de Lisboa vive uma crise de mobilidade urbana há décadas e estes problemas têm vindo a agravar-se, à medida que a cidade cresce em população, turismo e atividade económica.

Segundo o Índice Global de Tráfego da TomTom, Lisboa ocupa a 24.ª posição no ranking das cidades mais congestionadas a nível global, com um aumento de 4% no tempo gasto no trânsito em 2023, em comparação com o ano anterior. Em média, um condutor em Lisboa perde cerca de 145 horas por ano preso no trânsito.

No que toca ao transporte público, embora a cidade possua uma rede de metro, autocarros e elétricos, os utilizadores queixam-se da falta de fiabilidade, frequência inadequada e condições degradadas de alguns serviços.

Um inquérito de satisfação realizado pela Transportes de Lisboa em 2022 revelou que 60% dos passageiros estão insatisfeitos com o sistema de transportes públicos, especialmente no que diz respeito aos horários e à lotação, sobretudo em horas de ponta.

O congestionamento crónico de Lisboa não é apenas um incómodo, tem um impacto negativo direto no ambiente e na qualidade de vida dos seus habitantes, afetando a saúde pública. O ruído urbano é outra consequência da sobrecarga do trânsito, sendo uma das principais queixas dos residentes, com impactos documentados no aumento de problemas como stress, insónias e até doenças cardiovasculares.

Para resolver o problema da mobilidade em Lisboa é necessário um plano estratégico de longo prazo que contemple várias frentes, desde o investimento em infraestruturas até à adoção de tecnologias inovadoras.

É que não podemos esquecer que o movimento pendular (casa – trabalho – casa) é o grande fator de introdução de trânsito em Lisboa e, se Carlos Moedas já conseguiu mais de cem mil aderentes aos passes gratuitos, agora importa reduzir o fluxo de entrada de viaturas na cidade.

A expansão da rede de metropolitano, com a construção de novas linhas e o aumento da frequência dos comboios, conjugada com a criação de mais parques de estacionamento na periferia, pode incentivar as pessoas a deixar os carros fora do centro da cidade.

Complementarmente, a aposta na mobilidade suave, como a bicicleta, deve ser uma prioridade.

Aqui, Carlos Moedas tem feito um trabalho notável de expansão da rede ciclável, prevendo-se que no final destes quatro anos de mandato se tenha duplicado a sua extensão.

Ainda que o foco deva ser em reduzir o uso de veículos privados, é inegável que o automóvel continuará a ser uma opção de transporte para muitos lisboetas e para quem vem de fora da cidade. Por isso, é necessário melhorar a infraestrutura rodoviária existente.

Além disso, Carlos Moedas está a abraçar as inovações tecnológicas no campo da mobilidade, através de um projeto piloto (em desenvolvimento pela EMEL) para a implementação de sistemas de gestão de tráfego inteligentes, que monitorizam em tempo real o fluxo de veículos e ajustem a sinalização de acordo com as necessidades reduzindo o congestionamento.

Lisboa enfrenta um dos maiores desafios de mobilidade urbana da sua história. No entanto, este é também um momento de oportunidade.

Com um plano estratégico bem definido e um compromisso político sério, é possível transformar a cidade numa referência europeia em termos de mobilidade sustentável.

Investir no transporte público, criar alternativas de médio prazo ao automóvel privado e adotar soluções tecnológicas inovadoras são as chaves para construir uma Lisboa mais verde, saudável e eficiente.

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