A afixação segue dentro de momentos?
Mais de 24 horas depois da hora prevista para a afixação das pautas com os resultados finais do 9.º ano, incluindo os das provas finais de ciclo, ainda os secretariados das Escolas e Agrupamentos esperavam por qualquer esclarecimento do Ministério da Educação (MECI) sobre o que estaria a passar, pois os referidos resultados continuavam sem aparecer. De acordo com o cronograma do IAVE (determinado no despacho 14526/2024) as pautas deveriam ser afixadas no dia 15 de Julho, pelo que a passada 2.ª feira, dia 14, foi decorrendo perante uma crescente surpresa e apreensão em muitas centenas de escolas do país.
Desde a realização da prova de Matemática que se foram acumulando algumas preocupações, mas chegar à véspera do dia da afixação das pautas dos resultados de final do Ensino Básico sem informações e sem qualquer explicação é algo, mesmo entre nós, anómalo. Até que, ao fim da tarde ,chegou a indicação que os resultados chegariam apenas na 3.ª feira, dia 15. Se fosse logo pela manhã e os secretariados trabalhassem em contra-relógio, poderiam realizar-se os Conselhos de Turma necessários e afixarem-se as pautas até final do dia. Um dos representantes dos dirigentes escolares apareceu a tentar tranquilizar uma opinião pública adormecida.
Mas a 3.ª feira foi decorrendo com a única novidade a ser a falta de novidades. Surge então a primeira pista sobre o que poderia estar a correr mal: numa escola os encarregados de educação teriam sido contactados para escolherem entre aceitar o resultado da prova de Matemática (1.ª fase), mesmo antes de ser conhecido, ou aceitar a sua anulação e os alunos realizarem a da 2.ª fase.
Cruzam-se contactos, o MECI é inquirido, mas chega-se a meio da tarde e percebe-se que já é impossível cumprir o calendário. É então que chega às escolas uma comunicação do Júri Nacional de Exames a prometer que os resultados, afinal, chegarão na 4.ª feira, dia 16, “de modo a serem produzidas e afixadas as pautas com os resultados assim que possível”. Pouco depois é a vez do MECI confirmar a informação do JNE e a lamentar os constrangimentos causados “às escolas, aos alunos e às famílias”. Para a comunicação social sai uma nota mais detalhada, que justifica o atraso com “dificuldades técnicas, decorrentes dos novos processos de classificação”, processos que quiseram digitais, porque facilitariam essa classificação. Acrescenta-se que os problemas atingiram “apenas um número residual de provas”, mas mais nada se esclarece.
Já na noite de 3.ª feira, chega a notícia de poderão ser anuladas provas em 15 escolas. Mais de três semanas depois da sua realização e quando a sua classificação deveria estar homologada pelo JNE há vários dias. Até que os resultados chegam, por fim, na manhã de 4.ª feira, enquanto se prepara a estratégia para fazer passar esta triste novela por algo dentro da normalidade. Resta saber se, afinal, a culpa foi da “digitalização”. A que devia facilitar os “novos processos”.