50 dias
É precisamente o número de dias que faltam para o ano de 2024 terminar ou, de outra perspetiva, para que 2025 inicie. Seja em formato de despedida ou de boas vindas, faltando apenas um mês e meio, ainda haverá muito para dizer e analisar.
A nível internacional, do outro lado do Atlântico, prepara-se a transição e a tomada de posse do novo inquilino da Casa Branca. E esse, mesmo ainda sem ter aquecido a cadeira, não para de marcar a agenda mediática. Entre as polémicas nomeações que vai anunciando, a indignação dos adversários que se manifestam ou a mais recente expressão sobre a chuva de estrelas que emigra dos Estados Unidos para o velho continente à procura de uma vida melhor, é só escolher.
Continuando no plano internacional, com o frio a apertar, serão 50 dias duros para manter as linhas da frente coesas na Ucrânia ou para a assistir à persistência beligerante de Israel junto de quase todos os seus vizinhos árabes.
Durante o mesmo período, muitos contarão os dias que trarão consequências a partir das cada vez mais pesadas alterações climáticas. Entre uma significativa perda de vidas e danos materiais, continuarão a viver no abstrato muitas das decisões que há muito deveriam ter sido tomadas por “alguém” que nunca foi responsabilizado.
Urge revisitar a problemática do ordenamento do território, impor mecanismos de controlo e salvaguarda dos cidadãos, que incluam a certeza jurídica de que os bens e a vida das pessoas não estão fora do risco das alterações climáticas. E quando há consequências graves, é preciso assegurar as condições mínimas de dignidade aos lesados.
Olhando agora para Portugal, os próximos 50 dias serão também muito preenchidos. Um dos assuntos de relevo é o Orçamento de Estado, cujo desfecho está previsto para o final deste mês. Nesse prazo iminente estão ainda os restantes 308 orçamentos municipais, acrescidos dos mais de 3000 orçamentos das freguesias.
O(s) orçamento(s) seria sempre relevante, mas ganha mais enfase porque daqui até às eleições autárquicas contar-se-ão menos de 365 dias. Por esse prisma, o orçamento é per si uma espécie de impedimento ao processo. Porquê? Porque a maioria dos partidos já conhece os seus candidatos, mas é preciso esperar pela votação dos orçamentos para os anunciar.
Após as contas fechadas será tempo de disparar para o último ano, onde acontecerá mais uma campanha eleitoral. Afinal de contas, o continente já leva 8 meses sem campanhas, logo as saudades devem ser muitas!
As próximas autárquicas afiguram-se como a primeira avaliação por plebiscito ao Governo da AD. Portanto, também para o PS será crucial manter a vantagem em número de autarquias, algo que consegue incontestavelmente há muitos anos, pesem embora algumas perdas de câmaras de referência.
Para terminar, nos próximos 50 dias haverá ainda bola para todos os gostos. Curioso é que este ano, no futebol, o desafio principal, para além de adivinhar quem será o “campeão de inverno”, talvez seja prever que treinadores ou dirigentes (pelo menos dos “3 grandes”) chegarão ao Natal!