Oi. "Há vários caminhos para a consolidação" no Brasil

"Há vários caminhos para a consolidação. Não há preconceito", admite Bayard Gontijo, CEO da Oi, em entrevista ao brasileiro Valor Econômico.
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A necessidade de liquidez para participar no movimento de consolidação do sector das telecomunicações no Brasil foi o grande argumento da operadora para vender a PT Portugal, cuja alienação à Altice foi já aprovada pelos acionistas da PT SGPS.

Em dinheiro a Oi, soube-se na sexta-feira pela Altice, vai receber 5,6 mil milhões de euros. Encaixe que poderá ser usado pela Oi na compra de uma participação na TIM Brasil com as concorrentes Vivo e a Claro. Mas se a opção for uma fusão com operadora móvel controlada pela Telecom Italia - Marco Patuano, CEO da operadora italiana já foi mandatado para estudar essa hipótese - o encaixe obtido pela Oi será usado para amortizar a dívida da Oi, explicou Bayard Gontijo à Valor Econômico.

A Oi tem uma dívida de cerca de 15 mil milhões de euros, tendo assumido a dívida da PT Portugal de mais de 6 mil milhões. O dinheiro da venda da PT Portugal só entra na companhia depois da operação ser aprovada pelos reguladores, em Bruxelas, processo que deverá estar concluído o mais tardar até junho.

Esta segunda-feira a Oi realiza duas assembleias gerais de obrigacionistas onde lhes vai pedir maior flexibilização na questão da dívida para 2015, voltando as métricas dos 'covenants' (ou seja, garantias que associam o pagamento da dívida ao património) a ser restabelecidas em 2016.

Oi poderá vender mais ativos

Gontijo coloca a hipótese da Oi ainda avançar com venda de novos ativos no Brasil, como torres móveis ou imóveis, estando ainda prevista a venda dos ativos da PT Portugal em África, entre os quais a participação de 25% na angolana Unitel. De acordo com o CEO da Oi, já houve conversas com alguns interessados, mas o tema deverá avançar no segundo semestre. "Não é uma transação fácil porque é a venda de uma participação minoritária."

Há um diferendo entre a Oi/PT SGPS e a Unitel em torno dos 25% detidos agora pela operadora brasileira, com os acionistas da operadora angolana, entre os quais a empresária Isabel dos Santos, a exigir direito de preferência na compra dessa participação.

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