Trump diz não existir um democrata que o possa vencer. Vários querem tentar
Donald Trump confirmou esta sexta-feira a sua recandidatura à presidência dos EUA, numa entrevista ao conhecido apresentador britânico Piers Morgan e publicada no Mail on Sunday. Trump não acredita que exista, no cenário atual, um democrata que o consiga vencer nas eleições. "Conheço-os a todos e não vejo ninguém", afirmou. Há vários candidatos que querem provar o contrário, entre eles uma mulher que pode mesmo vir a trocar as voltas a Trump.
Segundo o The New York Times, Elisabeth Warren, senadora de Massachusetts, tem sido cada vez mais clara na sua intenção de se candidatar às presidenciais de 2020. Warren e os seus apoiantes têm procurado apoio entre os principais deputados democratas em Iowa, Nevada e Carolina do Sul. Ações consideradas das "medidas mais assertivas tomadas por qualquer democrata para se preparar para 2020", escreve o jornal.
Até hoje há quem se interrogue sobre o que teria acontecido se Elizabeth Warren tivesse desafiado Hillary Clinton nas primárias democratas. Ex-professora de Direito em Harvard é uma das senadoras mais progressistas dos EUA, e destacou-se nos ataques violentos a Trump, assim como tem sido dura para com os nomeados para a sua administração.
Aos 69 anos tem como concorrentes o ex-vice-presidente Joe Biden, além de outros candidatos mais jovens, os senadores Cory Booker, de Nova Jérsia, e Kamala Harris, da Califórnia. Na corrida está também o senador Bernie Sanders, de Vermont, o vice-campeão das primárias de 2016.
Todos os cinco viajaram pelo país, arrecadando dinheiro para os democratas e avaliando a sua popularidade. Rivais de Trump, mas bastante diferentes entre si: representam diferentes géneros e raças e têm idades que se espraiam por três décadas.
Tantos candidatos espelha uma realidade: falta uma figura dominante entre os democratas, o ponto que Donald Trump focou. Mas do vazio pode emergir um líder - um daqueles capaz de derrubar o atual presidente.
"A oportunidade de alguém emergir não é tão alta desde 1976", disse ao NYT Anita Dunn, veterana do Partido Democrata, que vaticina outras primárias imprevisíveis, com uma multidão de candidatos e um partido que luta por encontrar a sua própria identidade.
Há ainda Sanders. Aos 76 anos, conta com um grande número de apoiantes entre os ativistas e tem capacidade de arrecadar milhões de dólares para a campanha. Pode vir a ser um poderoso concorrente de Warren, mas a idade - estaria perto dos 80, caso vencesse - pode tornar-se impeditiva de uma vitória sobre Trump.
Biden, de 75, já se candidatou à presidência duas vezes, e agora procura apoiantes entre os jovens democratas, no entanto, não está empenhado em concorrer, segundo a publicação.
Harris e Booker são os mais jovens na corrida. A primeira tem apoiado mulheres democratas e candidatas de cor. Terá ficado mais interessada na corrida de 2020 quando as mulheres democratas se mobilizaram para vencer Trump. "Acho que o mundo precisa de uma mulher negra como presidente", afirmou John Bowman, um ex-parlamentar do estado de Missouri, depois de ouvir Harris discursar em St. Louis, no mês passado.
Booker, de 49 anos, pode contar com o apoio de peso daquele que é considerado um "influente lobista do New Hampshire", Jim Demers. Demers foi um dos primeiros apoiantes de Obama e tinha dito que, desta vez, não iria escolher um candidato tão cedo, mas garantiu apoio ao senador de Nova Jérsia, caso este concorra.
Muitos mais candidatos do lado dos democratas poderão surgir entretanto. Por agora, é Warren - a quem Trump chamou de Pocahontas - quem vai na frente: são vários os jantares que tem organizado com especialistas em política e já não esconde a sua intenção de concorrer e derrubar Donald Trump.