Submarino procura destroços do voo da EgyptAir

Caixas negras do voo MS804 podem estar a dois mil metros de profundidade. No Cairo foi rezada missa em memória dos 66 mortos
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O Egito tem um submarino a procurar destroços e as caixas negras ainda não localizadas do Airbus 320 que caiu no mar Mediterrâneo, na quinta-feira, com 66 pessoas a bordo. O voo MS804 da EgyptAir desapareceu dos radares dos controladores aéreos na madrugada de dia 19, cerca de três horas depois de ter levantado voo do Aeroporto Charles de Gaulle (França) com destino ao Cairo.

Os investigadores - ontem também foi colocado no local das buscas um navio com sonar - tentam encontrar as caixas negras do avião de forma a conseguir ter uma explicação para o que sucedeu. Uma das caixas negras já terá sido localizada, tendo ontem chegado a ser citados excertos do diálogo entre o piloto e controladores aéreos, dando conta de que tudo estaria bem a bordo. No entanto, nem a localização da caixa negra nem esta conversa foram confirmadas oficialmente pelas autoridades egípcias.

Enquanto no mar prosseguem as operações para detetar destroços do avião e corpos, no Cairo foi rezada uma missa em memória dos 66 mortos - 56 passageiros de 12 nacionalidades (entre eles 30 egípcios, 15 franceses e um português, João David Silva).

Buscas a dois mil metros

Num momento em que não há explicação para o que aconteceu ao avião - as autoridades francesas e egípcias continuam a manter em aberto tanto o cenário de acidente como de atentado terrorista.

A deteção das caixas negras é o grande objetivo dos investigadores. Estas poderão estar a dois mil metros de profundidade, daí o recurso a um submarino que poderá encontrá-las rapidamente.

Ontem, as buscas estiveram focadas numa área a norte de Alexandria, na costa egípcia.

Referências a fumo por verificar

A comissão responsável pela investigação do acidente do avião da EgyptAir insistiu ontem ser ainda prematuro tirar conclusões sobre as mensagens, enviadas pelo sistema de deteção do aparelho, que indicavam a existência de fumo na cabina. "Estamos a investigar todas as informações recolhidas, mas é muito cedo para tirar qualquer conclusão quando apenas há uma fonte de informação baseada em mensagens do sistema ACARS [Aircraft Communication Addressing and Reporting System]", refere a comissão, em comunicado.

Os sinais emitidos pelo sistema sobre a presença de fumo podem ser explicados por "outras causas", adianta a comissão, insistindo que é necessário mais tempo para analisar esses dados no contexto da investigação global.

A comissão refere também que as investigações começaram imediatamente depois de o avião cair no mar Mediterrâneo na quinta-feira.

Recorde-se que investigadores da aviação civil francesa, do Bureau d"Enquêtes et d"Analyses (BEA), confirmaram que houve mensagens ACARS emitidas pelo avião que indicavam que houve fumo na cabina pouco antes de se despenhar.

O aparelho, um Airbus 320, descolou de Paris rumo ao Cairo na noite de quarta-feira, e desapareceu ao início da madrugada de quinta-feira ao entrar no espaço aéreo egípcio.

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