São muitas as fake news que circulam sobre o coronavírus. Conheça as principais
À medida que a epidemia do novo coronavírus ultrapassou, nesta quarta-feira, os 130 mortos na China, onde há mais de 5900 casos de contaminação confirmados, várias informações falsas propagam-se rapidamente pelas redes sociais. A equipa de fact-checking da AFP analisou alguns exemplos em todo o mundo:
Publicações partilhadas no Facebook afirmam que o coronavírus detetado na China foi criado propositadamente pelas autoridades dos Estados Unidos. Para fundamentar essa afirmação, as publicações mencionam uma patente registada antes do início da epidemia, mas o documento refere-se a outro tipo de coronavírus.
Diversas publicações no Twitter, no Facebook e na rede social chinesa Weibo, partilhadas desde 20 de janeiro, garantem que um especialista chinês em medicina respiratória recomenda que as pessoas lavem a boca com uma solução de sal e água para impedir que sejam contaminadas pelo novo vírus. Contudo, tanto a equipa do especialista como a OMS desmentem essa afirmação. "O coronavírus contamina o sistema respiratório, que não pode ser higienizado lavando a boca", explicou o hospital onde trabalha a equipa médica do cientista Zhong Nanshan, a quem é atribuída a recomendação.
A imagem de um prédio foi partilhada centenas de vezes no Twitter e no Facebook como se mostrasse um hospital construído em apenas 16 horas em Wuhan, na China, para lidar com a epidemia do vírus 2019-nCoV. A foto circula, no entanto, há cerca de um ano. A AFP visitou a obra do novo hospital que está a ser erguido em Wuhan em 27 de janeiro e concluiu que a construção ainda está nos estágios iniciais.
Publicações partilhadas centenas de vezes nas redes sociais indicam a maneira correta de utilizar máscaras faciais para prevenir o coronavírus. Segundo as publicações, a máscara deve ser colocada de modos diferentes pelas pessoas que já estão doentes e por aquelas que se querem prevenir. Especialistas consultados pela AFP desmentiram essa afirmação: "Só há um modo de utilizar a máscara cirúrgica descartável corretamente", afirmou o porta-voz da agência de Saúde do Sri Lanka.
Uma publicação partilhada milhares de vezes em quatro dias por utilizadores do Facebook no Sri Lanka garante que os médicos temem que todos os habitantes de Wuhan - onde foi detetado o novo coronavírus - que estão em quarentena vão morrer.
Isso é falso: as autoridades nunca expressaram tal perspetiva. Além disso, a agência de saúde pública dos Estados Unidos, Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), indicou que, mesmo que não seja desenvolvida uma vacina para este novo tipo de coronavírus, a maior parte das pessoas contaminadas iráo recuperar sozinhas da doença.