A Rússia emitiu hoje um comunicado apoiando o Governo do Presidente da Venezuela e defendendo a via do diálogo para solucionar a crise político-económica, sem "intervenção destrutiva estrangeira".."Tendo em conta que a Venezuela está a passar por uma situação política, social e económica tensa, expressamos a nossa solidariedade com o povo amigo desse país e o nosso apoio ao caminho escolhido pelo governo, com o fim de normalizar o diálogo nacional para superar as discrepâncias existentes na sociedade", explica um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia..O documento, divulgado em Caracas, explica que Moscovo defende "uma solução para os problemas, de maneira constitucional, sem a intervenção destrutiva estrangeira"..Por outro lado, sublinha que a posição da Rússia "tem sido reiteradamente declarada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicados sobre a situação da política interna na Venezuela"..O comunicado explica que "a Venezuela tem um papel significativo nos processos de integração latino-americanos, o que constitui um facto de importância excecional no contexto da presença e influência cada vez maiores desta região na arena institucional".."É notável o interesse no desenvolvimento da cooperação com Caracas no quadro das poderosas alianças dos países latino-americanos, como a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, a União de Nações da América do Sul e a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América", diz..A 30 de outubro de 2016, o Governo e a oposição iniciaram um diálogo, com a mediação do Vaticano e da Unasul (União das Nações da América do Sul), que levou à criação de várias mesas de negociação..A 12 de novembro, o Governo e a oposição acordaram trabalhar em conjunto para a recuperação da economia e o combate à insegurança, tendo agendado nova reunião de diálogo para o dia 06 de dezembro, na qual a oposição não participou devido à alegada falta de cumprimento dos acordos pelo Governo de Nicolás Maduro..No passado dia 09 de janeiro, o parlamento venezuelano chegou a um acordo para declarar o "abandono do cargo" do Presidente da Venezuela, passando a exigir a realização de eleições como saída para a crise político-económica do país..A oposição também não compareceu à reunião que estava prevista para o passado dia 13..A 26 de janeiro a oposição deu por encerrado o diálogo com o Governo de Nicolás Maduro e apelou a que os venezuelanos intensifiquem os protestos de forma pacífica, constitucional e democrática.."A experiência de diálogo que se desenvolveu na Venezuela, de 30 de outubro a 06 de dezembro de 2016, é um capítulo fechado que não se voltará a abrir", explica um comunicado divulgado pela Mesa de Unidade Democrática (MUD)..Segundo o documento "o incumprimento dos acordos por parte do Governo e sobretudo a resposta soberba e grosseira do regime aos pedidos formulados" pelo Vaticano, revelaram o que os venezuelanos já sabiam: "Que o regime não tem palavra e que sem garantias não tem sentido chegar a acordos com quem não tem a menor intenção de os cumprir".