Rússia acusa EUA de minimizarem papel de Moscovo na derrota da Alemanha nazi
"Estamos extremamente indignados com as tentativas de distorcer os resultados (...) da contribuição decisiva do nosso país", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado, numa referência a uma declaração publicada na sexta-feira na página da Presidência norte-americana na rede social Facebook, que mencionava os Estados Unidos e o Reino Unido como as nações vencedoras envolvidas na derrota do então regime alemão nazi.
No sábado, dia 9 de maio, a Rússia assinalou o 75.ª aniversário do Dia da Vitória, efeméride que marca a vitória do Exército Vermelho da então União Soviética (URSS) sobre as forças da Alemanha nazi.
"Os responsáveis norte-americanos não tiveram a coragem e a vontade de prestar homenagem ao papel inegável do Exército Vermelho e do povo soviético", prosseguiu Moscovo, realçando o número "colossal de vítimas" que foram registadas na altura no seio do contingente soviético "em nome de toda a humanidade".
Qualificando as declarações norte-americanas como "particularmente mesquinhas", a Rússia apelou a Washington para que não faça das memórias de 1945 um "novo problema nas relações bilaterais, que já estão a passar por momentos difíceis".
A questão do papel da antiga URSS na vitória contra a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que envolveu a morte de cerca de 27 milhões soviéticos, é um assunto extremamente sensível na Rússia e frequentemente presente no discurso do Presidente russo, Vladimir Putin.
Moscovo também acusa os países europeus, em particular a Polónia e a Ucrânia, de minimizarem a ação soviética na Segunda Guerra Mundial.
Devido às restrições impostas pela atual pandemia da doença covid-19, a Rússia - que já ultrapassou a barreira dos 200.000 casos de infeção pelo novo coronavírus -, decidiu adiar as comemorações para uma data posterior, tendo organizado apenas, no sábado, um desfile aéreo e programado um discurso de Putin junto ao monumento do soldado desconhecido.