Rússia: 14 tripulantes morrem em incêndio num submarino
Um incêndio a bordo de um submarino russo causou a morte a 14 membros da tripulação, disse o Ministério da Defesa russo, citado pelas agências de notícias do país.
O veículo submergível de investigação de profundidade estava a realizar uma operação de medição batimétrica (medição da profundidade e do relevo do fundo de mares, rios ou lagos), em águas territoriais russas, segundo a mesma fonte.
"Catorze tripulantes morreram por inalação de fumo", segundo o comunicado citado pela agência Sputnik, acrescentando que o incêndio foi extinto graças às "ações altruístas" dos tripulantes.
O incidente ocorreu na segunda-feira e o incêndio foi extinto. O submergível (ao contrário de um submarino não é totalmente autónomo), encontra-se já na base da frota russa em Severomorsk, no mar de Barents.
Foi aberta uma investigação para estabelecer as causas do acidente, segundo as agências russas. De acordo com a Sputnik News, o comandante-em-chefe da Marinha russa, Nikolay Efimov, lidera a investigação.
As autoridades russas não divulgaram o modelo do submersível. Segundo a AP, a Marinha russa usa submersíveis de classe Priz e Bester, que têm um casco em titânio que são capazes de operar a uma profundidade de mil metros. São transportados para a área de operações pelo navio de transporte e podem operar de forma autónoma por um máximo de 120 horas.
A Reuters cita contudo um site russo, RBC, que diz que fontes anónimas militares indicaram que o submergível seria nuclear, um AS-12, batizado de Losharik (nome de um personagem de um desenho animado soviético). Este submersível pode atingir uma profundidade de seis mil metros com 25 tripulantes e não estaria armado.
Em agosto de 2000, o submarino nuclear russo Kursk afundou no mar de Barents após duas explosões, matando todas as 118 pessoas a bordo. As explosões empurraram a embarcação para o fundo do mar, tendo parte da tripulação sobrevivido, apenas para morrer sufocada dias depois em completa escuridão.
Já em 2008, 20 pessoas morreram a bordo do submarino de propulsão nuclear Nerpa, com uma tripulação de 73 homens, que efetuava testes no Mar do Japão. A bordo seguiam engenheiros e trabalhadores dos estaleiros navais de Amour, onde o submarino acabava de ser construído. A causa da morte terá sido o acionar acidental do mecanismo que liberta espuma aquosa misturada com gás freon, substância que devia ser usada apenas numa área em chamas e que é mortal para os humanos.