Quatro militares chineses foram acusados de roubo informático em empresa dos EUA
Quatro militares chineses foram esta segunda-feira acusados de invadir as redes da agência norte-americana de relatórios de crédito e risco Equifax e de roubar informações pessoas de dezenas de milhões de pessoas, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.
O Governo dos Estados Unidos acusa Pequim de estar por detrás desta operação de pirataria informática que, em 2017, alegadamente afetou cerca de 145 milhões de pessoas.
O Departamento de Justiça norte-americano acusa os quatro militares chineses de terem roubado nomes, número de segurança social e outras informações armazenadas nos bancos de dados daquela que é uma das três maiores agências de análise de risco de crédito bancário nos Estados Unidos.
Os quatro membros do Exército de Libertação Popular, um braço das forças armadas da China, também são acusados de roubar os segredos comerciais da Equifax.
"Foi uma intrusão deliberada e abrangente nas informações privadas do povo americano", disse o procurador-geral William Barr, num comunicado.
"Responsabilizamos os 'hackers' do exército chinês pelas suas ações criminais e lembramos ao Governo chinês que temos capacidade para remover o manto de anonimato da Internet e de encontrar os 'hackers' que [a China] tem lançado contra nós", acrescentou Barr.
A acusação surge no meio de alertas do presidente Donald Trump contra o risco da crescente influência política e económica da China e é mais um caso que o Departamento de Justiça interpôs nos últimos anos contra membros do exército chinês.
Em 2015, o Governo norte-americano, na altura liderado por Barack Obama, acusou cinco piratas informáticos do exército chinês de terem invadido redes de grandes empresas dos EUA para obterem segredos comerciais.
As acusações agora proferidas contra os quatro militares deram entrada num tribunal federal de Atlanta, no Estado da Geórgia, onde a Equifax tem sede.
Na acusação, o Departamento de Justiça diz que os 'hackers' procuraram encobrir pistas e apresentou também acusações de conspiração para cometer fraude informática, espionagem económica e conspiração para fraude eletrónica.