Detido homem de 23 anos suspeito de estar ligado ao ataque em Manchester

Atentado no final de concerto de Ariana Grande fez 22 mortos, entre os quais crianças. Vítimas começam a ser identificadas

Um homem de 23 anos foi detido esta terça-feira pela polícia de Manchester, por alegadas ligações ao ataque que aconteceu ontem no final do concerto de Ariana Grande. A notícia, avançada pela imprensa britânica, foi entretanto confirmada pela polícia, que acrescenta que o homem foi detido no sul de Manchester.

Segundo as autoridades, que já terão identificado o autor do ataque suicida, a prioridade na investigação era perceber se este tinha agido sozinho ou com auxílio de outros indivíduos, ou mesmo de uma célula terrorista. A detenção deste jovem de 23 anos poderá clarificar a intenção por trás do ataque.

Num balanço feito na manhã desta terça-feira, o comandante da polícia de Manchester, Ian Hopkins, revelou que as autoridades acreditam que o responsável pela explosão na sala de espetáculos onde tinha acabado de atuar Ariana Grande foi um homem que transportava um engenho explosivo de fabrico artesanal, que morreu na explosão.

Segundo a BBC, os serviços de segurança britânicos acreditavam - desde o ataque de Londres, no passado mês de março - que a ocorrência de novos ataques seria inevitável, mas esperavam que fossem usadas facas ou automóveis.

Numa declaração ao país, a primeira-ministra britânica revelou entretanto que as autoridades já identificaram o autor do ataque, mas ainda não vão revelar para já a identidade do bombista suicida.

O ataque na Arena de Manchester ainda não foi reivindicado, mas a imprensa internacional relata que vários "apoiantes" do Estado Islâmico estão a partilhar mensagens de celebração nas redes sociais.

O facto de o atentado ter ocorrido numa sala de espetáculos traz à memória o ataque no Bataclan, em Paris. A sala da capital francesa foi alvo preferencial dos 'jihadistas' por ser símbolo do estilo de vida ocidental que os fundamentalistas islâmicos condenam. Segundo a Sky News, a escolha do momento para a explosão também não terá sido aleatória e evidencia uma "competência mortífera": o agressor fez-se explodir junto da multidão eufórica que se preparava para abandonar as instalações no final do espetáculo.

No local da explosão, especialistas da polícia forense faziam esta manhã recolha de pistas e indícios que possam revelar novos dados sobre o autor do ataque, procurando a "assinatura" do engenho explosivo utilizado. A polícia procura sobretudo vestígios de TATP - triperóxido de triacetona -, conhecido nos meios jihadistas como a "mãe de Satã". Trata-se do explosivo da preferência do Estado Islâmico e é fabricado com acetona, água oxigenada e ácido (sulfúrico, clorídrico ou nítrico). Foi utilizado, por exemplo, nos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris e de 22 de março no aeroporto e no metro de Bruxelas.

Crianças entre as vítimas

Até ao momento, estão confirmadas 22 vítimas mortais, entre as quais crianças: muitos dos fãs de Ariana Grande são adolescentes e estariam no concerto com os pais. Há ainda 59 feridos que estão a ser assistidos nos hospitais da região. Em Manchester, a polícia continua a pedir aos residentes para que se afastem do centro e, segundo a imprensa britânica, a cidade amanheceu sem o habitual corrupio de pessoas e automóveis. As identidades das vítimas começam entretanto a ser conhecidas. A primeira a ser identificada foi Georgina Callander, de 18 anos. Morreu no hospital.

Nas redes sociais, famílias fazem apelos para encontrar adolescentes desaparecidas. Segundo o The Telegraph, pelo menos 13 pessoas - entre as quais uma criança de oito anos - ainda não foram localizadas depois do ataque que ocorreu pelas 22:30 de segunda-feira. Trata-se do pior ataque terrorista no Reino Unido desde julho de 2005, quando morreram 52 pessoas em ataques bombistas no centro de Londres.

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