Presidente "chocado" com instalação de mísseis dos EUA

O novo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, ordenou uma investigação à colocação em território nacional do sistema de mísseis antimíssil THAAD, que não teria sido comunicado ao seu governo.
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A instalação do sistema THAAD fora autorizado por Park Geun-hye, a presidente recentemente destituída, e decorreu no momento em que corria o processo, mas o que provocou a irritação de Moon foi o facto de terem sido recentemente instalados mais quatro unidades sem que o Ministério da Defesa sul-coreano o ter informado do facto.

Os Estados Unidos, cujos militares estacionados na Coreia do Sul operam o sistema, garantiram estarem a operar de "forma totalmente transparente" em "todas as etapas do processo", afirmou um porta-voz do Pentágono após ser conhecida a intenção de Moon de lançar uma investigação à atuação do Ministério da Defesa do seu país.

O porta-voz da Casa Azul (sede da presidência sul-coreana) disse que Moon estava "chocado" com a omissão e ordenara um inquérito à ocultação da informação. O presidente da Coreia do Sul tem uma cimeira prevista para junho com o seu homólogo americano, Donald Trump, e os dados em questão não foram comunicados no quadro das reuniões preparatórias da cimeira.

Apesar de pertencer a uma formação política oposta ao presidente destituída, Moon manteve o governo desta, incluindo o ministro da Defesa, que resulta da vitória do seu partido nas legislativas de 2016.

A instalação do sistema THAAD (sigla em inglês para Terminal High Altitude Area Defence, Área de Defesa Última a Alta Altitude) sempre motivou controvérsia e críticas na Coreia do Sul, sendo o atual presidente uma dessas vozes críticas, tendo-se pronunciado contra a sua presença durante a campanha eleitoral. As primeiras rampas de lançamento e respetivos radares foram colocados no país em março, tendo Moon tomado posse a 10 de maio.

A instalação do sistema THAAD na Coreia do Sul foi decidida como medida preventiva face àquilo que Seul e Washington consideram a ameaça crescente do programa de mísseis norte-coreano. Este país e, particularmente, a China reagiram de modo duro à instalação do sistema, com Pequim a considerar que o objetivo último não era a interceção e neutralização dos mísseis da Coreia do Norte, mas a colocação de radares americanos mais próximos de território chinês para vigiar os sistemas de mísseis chineses.

Ao contrário da presidente destituída, Moon advoga uma estratégia de diálogo e apaziguamento da tensão com a Coreia do Norte, que tem intensificado a realização de ensaios nucleares e o disparo de múltiplos mísseis de médio e longo alcance.

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