Português assassinado na Suíça. Ministério Público não exclui terrorismo

Fontes próximas da investigação citadas pela imprensa suíça garantem que o suspeito da morte de João é um homem de 27 anos, com perturbações psicológicas e de nacionalidade turco-suíça. O suspeito, conhecido nos meios islamitas, terá escolhido o alvo ao acaso.
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Uma centena e meia de pessoas juntou-se na segunda-feira à noite junto ao restaurante de kebab do Pont-Neuf, em Morges, para prestar homenagem a João, o jovem português que ali foi assassinado no sábado e que a imprensa suíça identifica apenas pelo primeiro nome. O português, de 29 anos, foi esfaqueado mortalmente quando esperava mesa com a companheira. A investigação passou para as mãos do Ministério Público da Confederação que afirmou não excluir a hipótese de se ter tratado de terrorismo.

Poucas palavras, rostos tapados pelas máscaras e rosas brancas, foi assim que cerca de 150 pessoas se foram despedir da vítima, que residia há pouco tempo na região, onde trabalhava na apanha da maçã.

Logo depois do crime, as autoridades suíças abriram um inquérito penal dirigido pela procuradoria do cantão de Vaud, e as investigações foram confiadas aos especialistas da brigada criminal da polícia de segurança para determinar mais precisamente as circunstâncias do homicídio. Mas a investigação passou agora para o Ministério Público da Confederação que não exclui a pista terrorista.

"O contexto deste homicídio está a ser esclarecido e um eventual motivo terrorista não pode ser excluído até este momento", afirma o Ministério Público da Confederação em comunicado citado pelo jornal local 24 Heures.

O suspeito, detido poucas horas depois do crime em Renens, outra localidade também do cantão de Vaud, situada no distrito de Lausana, já esteve envolvido noutros casos que se inserem no âmbito do terrorismo. O indivíduo em causa é conhecido dos serviços secretos suíços desde 2017, explicou ainda o Ministério Público da Confederação citado também pelo jornal local La Cote.

Segundo algumas testemunhas ouvidas pelo 24 Heures, o homem "tinha um ar suspeito, mas nada de mais" e já teria estado a olhar para João e para a companheira antes de atacar o português com uma faca.

Fontes próximas da investigação citadas pelo mesmo jornal garantem tratar-se de um homem de 27 anos, com perturbações psicológicas e de nacionalidade turco-suíça. O homem, conhecido nos meios islamitas, terá escolhido o alvo ao calhas. As mesmas fontes garantem que o suspeito saiu de prisão preventiva em julho e já terá estado envolvido no incêndio de uma estação de serviço. O crime de Morges terá sido captado pelas câmaras de vigilância e as imagens terão sido essenciais para a sua captura.

O Ministério Público explica ainda estar a colaborar com todas as autoridades do cantão de Vaud para apurar as circunstâncias e os motivos do crime.

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