Países Baixos decretam fim da criação de visons após focos de infeção
Em junho passado, e após suspeita de transmissão do novo coronavírus a pessoas, as autoridades holandesas ordenaram o abate de vários milhares de visons ou martas, como também são conhecidos estes animais.
Agora, e segundo a decisão do Governo dos Países Baixos, todas as explorações relacionadas com este negócio, mesmo aquelas que não registaram casos de infeção pelo novo coronavírus, devem encerrar portas até março de 2021, após terminada a "temporada das peles" que arranca em novembro, segundo fontes do executivo citadas pela televisão holandesa NOS.
Isto significa que esta será a última temporada para a criação destes animais para a comercialização de peles, uma atividade muito controversa nos Países Baixos que chegou aos tribunais.
Aliás, a nova ordem governamental vem antecipar uma deliberação da mais alta instância judicial do país (Supremo Tribunal), datada de 2016, que ordenou o encerramento destas explorações até 2024.
Em maio passado, as autoridades holandesas já tinham decidido proibir o transporte de peles de visons em todo o país, depois da divulgação do caso de dois trabalhadores de uma exploração localizada na zona do sul dos Países Baixos que teriam contraído o novo coronavírus através daqueles pequenos animais.
Na altura, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, e perante as suspeitas, que estas possíveis contaminações poderiam ser os "primeiros casos conhecidos de transmissão" do novo coronavírus de animais para seres humanos.
Segundo fontes de Haia, a medida agora divulgada irá custar ao Governo holandês cerca de 180 milhões de euros, valor que inclui 140 milhões de euros para indemnizar as empresas que serão obrigadas a fechar.
Em meados deste ano, existiam cerca de 130 explorações de criação de visons, com um universo de mais de 800 mil animais.
Vison ou marta é a designação comum a várias espécies de mamíferos mustelídeos, que se assemelham às doninhas da América do Norte.