Líder de conselho científico europeu demite-se, desiludido com resposta da UE

Mauro Ferrari renunciou ao cargo com fortes críticas à forma como a União Europeia tem dado resposta à covid-19. Comissão Europeia lamenta demissão num "momento de crise sem precedentes"
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O chefe do Conselho Europeu de Investigação científica (ERC - European Research Council, em inglês) demitiu-se, confirmou a UE esta quarta-feira, em protesto contra o tratamento dado pela União à resposta ao novo coronavírus.

Mauro Ferrari, que assumiu a presidência do ERC em janeiro e tinha um mandato de quatro anos, disse ao Financial Times que está "extremamente dececionado" com a resposta da UE à pandemia, que atingiu particularmente a Itália e a Espanha.

Um porta-voz da Comissão Europeia, executivo que supervisiona o ERC, confirmou que Ferrari renunciou com efeito imediato na terça-feira.

"A Comissão lamenta a renúncia do professor Ferrari nesta fase inicial do seu mandato e nestes momentos de crise sem precedentes, em que o papel da investigação da UE é fundamental", disse o porta-voz em comunicado.

Ao Financial Times, Ferrari disse que ingressou no ERC como um "fervoroso defensor" da UE, mas a forma como a união respondeu ao novo coronavírus levou a que mudasse de ideias.

O italio-americano diz que a estratégia que tinha proposto para combater o vírus foi rejeitada por unanimidade pelo conselho científico do ERC, porque contrariava o modo habitual de trabalho da agência.

O ERC, criado em 2007, é a primeira agência de financiamento da Europa para investigações de ponta, com um orçamento de mais de dois mil milhões de euros em 2019.

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