Investigadores britânicos indicam qual o sintoma mais comum de covid-19. E não é a tosse

Após analisar os dados referentes àqueles que testaram positivo à covid-19 entre agosto e outubro, investigadores concluíram que a perda do paladar e/ou do olfato foi o sintoma mais reportado pelos doentes, sobretudo nos mais jovens.
Publicado a
Atualizado a

O vírus responsável pela covid-19 continua a ser estudado pelos cientistas e agora sabe-se mais sobre o SARS-Cov-2 do que no início da pandemia que já provocou milhões de infetados em todo o mundo. Num trabalho recente, levado a cabo por investigadores britânicos, foi possível concluir o sintoma mais comum da doença.

A tosse seca e a febre começaram por ser indicados como fazendo parte da sintomatologia de covid-19 e sinais a que devíamos dar atenção. A estes acrescentaram-se outros sintomas, como fadiga, dor de estômago, perda de olfato e do paladar, bem como perturbações a nível mental.

Agora, uma equipa de investigadores britânicos assegura que o sintoma mais comum entre os doentes infetados pelo novo coronavírus, sobretudo nos mais jovens, é a anosmia, termo usado para a perda parcial ou total do olfato, e ageusia, enfraquecimento do sentido do paladar.

Chegou-se a esta conclusão após análise de dados do Serviço Nacional de Estatística (ONS, na siga em inglês), no Reino Unido.

Entre 15 de agosto e 26 de outubro, o gabinete de estatística britânico verificou que o número de pessoas que testaram positivo para a covid-19 e que relataram perda de paladar e de olfato aumentou significativamente em todas as faixas etárias. Ou seja, trata-se de um sintoma que está a tornar-se cada vez mais frequente entre os que contraíram a doença.

Nos doentes com mais de 35 anos, entre 20% e 40% apresentaram perda de olfato ou de paladar, em comparação com cerca de 15% a 25%, do mesmo grupo, que reportaram febre e entre 13% e 18% dos que indicaram tosse.

A prevalência deste sintoma foi mais evidente nos mais jovens. Nos doentes com menos de 35 anos, até 60% dos que testaram positivo para a covid-19 apresentaram anosmia, face aos cerca de 15 a 25% que reportaram febre e os que tiveram febre (menos de 10%).

"As pessoas que testam positivo à covid-19 são geralmente mais propensas a ter sintomas de perda de gosto ou cheiro e febre", lê-se no relatório do ONS, citado pelo Daily Mirror.

Na análise, os investigadores do ONS referem que a febre é o segundo sintoma mais comum.

Os resultados desta investigação também mostram que as crianças em idade escolar infetadas pelo vírus têm menos probabilidade de ter tosse. "A taxa de positividade de crianças em idade escolar que apresentam tosse mantém-se baixa (cerca de 5%)", refere a análise, referindo-se a dados entre agosto e outubro. Por outro lado, diz a estatística, o mesmo indicador para jovens com menos de 35 anos e para os que tem 35 anos ou mais "aumentou de forma constante para cerca de 10% a 15%".

É, aliás, revelado que os dados analisados pelo King's College mostraram que 52% das crianças infetadas não registaram os sintomas clássicos de adultos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) refere que "os sinais e sintomas da covid-19 variam em gravidade, desde a ausência de sintomas (sendo assintomáticos) até febre (temperatura igual ou superior 38.0 ºC), tosse, dor de garganta, cansaço e dores musculares". Nos casos mais graves, a DGS indica "pneumonia grave, síndrome respiratória aguda grave, septicemia, choque sético e eventual morte".

A autoridade de saúde nacional afirma que mais recentemente foi "verificada anosmia (perda do olfato) e em alguns casos a perda do paladar, como sintoma da covid-19". "Existem evidências da Coreia do Sul, China e Itália de que doentes com covid-19 desenvolveram perda parcial ou total do olfato, em alguns casos na ausência de outros sintomas", lê-se no site da DGS.

A investigação, no entanto, prossegue sobre o novo coronavírus para que se conheça melhor os efeitos da doença nas pessoas, quais as sequelas, mas também as formas de transmissão do vírus, de modo a combatê-lo de forma eficaz.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt