Trump sugere prisão para líder da comissão de serviços secretos por "traição"
Sobem de tom as acusações de Donald Trump dirigidas a Adam Schiff, o democrata que vai liderar a investigação do processo de impeachment, na qualidade de presidente da Comissão de Serviços Secretos na Câmara dos Representantes.
O presidente norte-americano está a ser alvo de um processo de destituição depois de uma denúncia sobre um telefonema que fez ao seu homólogo ucraniano, no qual pede que seja investigada as atividades de Joe Biden, principal candidato à nomeação democrata para as eleições presidências de 2020.
"O Adam Schiff fez ilegalmente uma declaração FALSA e terrível, fingiu que essa declaração era minha como sendo a parte mais importante do meu telefonema com o presidente da Ucrânia e leu-a em voz alta para o Congresso e para o povo americano. Não tinha nenhuma relação com o que eu disse na chamada telefónica. Prisão por traição?", escreveu esta segunda-feira Donald Trump na rede social Twitter.
Já no domingo, o presidente norte-americano não poupou nas palavras sobre Adam Schiff. "As mentiras dele foram feitas da forma mais flagrante e sinistra já vista na Câmara. Escreveu e leu coisas terríveis, que colocou na boca do presidente dos Estados Unidos. Quero que Schiff seja interrogado ao mais alto nível por fraude e traição", defendeu.
Recorde-se que o presidente da Comissão de Serviços Secretos na Câmara dos Representantes classificou o resumo oficial da transcrição do telefonema de Trump com Volodymyr Zelensky como "profundamente perturbador" e "credível". A conversa telefónica ocorreu a 25 de julho, na qual Trump pede ao seu homólogo uma investigação às atividades do seu adversário político e ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e do filho deste, Hunter, que integrou os quadros de uma empresa de gás ucraniana.
O presidente dos EUA exige saber a identidade de quem denunciou. "Eu mereço conhecer a pessoa que me está a acusar", disse Donald Trump sobre o responsável pela denúncia anónima, que o acusa de pressionar o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, a investigar as atividades empresariais de um adversário democrata.
"Tal como qualquer americano, eu mereço conhecer a pessoa que me está a acusar, que representou uma conversa perfeita com um líder estrangeiro de forma incorreta e fraudulenta", escreveu o presidente no Twitter.
Trump tem dito que não está preocupado com o rumo do processo e que este se trata de uma manobra dos democratas para o destituir. No entanto, conhecer a identidade do denunciante surge como uma prioridade para o chefe de estado.
Citando três pessoas que conhecem o indivíduo, que não teve a sua identidade revelada, o jornal informou que este "foi designado para trabalhar na Casa Branca em determinado momento" mas que, desde o incidente, voltou à CIA.