Caças indianos lançaram bombas na Caxemira paquistanesa
As autoridades indianas confirmaram ter lançado esta terça-feira um ataque aéreo na Caxemira paquistanesa e matado "um grande número" de militantes do grupo islâmico JeM, em resposta ao atentado-suicida, na semana passada, que abateu 42 pessoas na Caxemira indiana.
Vijay Gokhale, secretário do Exterior, afirmou que a Índia atingiu "o maior campo de treinos" do JeM na região de Balakot, confirmando assim a escalada de tensão entre os dois países vizinhos.
Contudo, o exército do Paquistão confirmou que caças indianos entraram no território paquistanês e lançaram explosivos, mas garante não ter causado vítimas mortais. "Depois de uma resposta eficaz da Força Aérea do Paquistão", combatentes indianos lançaram explosivos e fugiram, escreveu o porta-voz do exército, Asif Ghafoor, no Twitter.
Na mesma publicação, o porta-voz partilhou fotografias que mostram uma cratera e restos do que aparenta ser uma bomba. Segundo Asif Ghafoor, não foram registadas quaisquer vítimas nem danos, durante a operação indiana na área de Balakot, na província de Khyber Pakhtunkhwa, um território fora da região disputada da Caxemira.
As autoridades indianas ainda não se pronunciaram sobre o alegado ataque. Na semana passada, 42 pessoas morreram num atentado suicida que ocorreu na Caxemira indiana, tornando-se o mais mortífero ataque desde 2002.
Reivindicado pelo grupo islâmico JeM, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos detonados perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.
A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500 mil efetivos.
Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989. A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.