Morreu francês que salvou centenas de crianças judias

Georges Loinger tinha 108 anos. A sua morte foi anunciada pela Fundação Memorial do Holocausto
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Nascido numa família judia em Estrasburgo, Georges Loinger servia no Exército francês quando foi preso pelos nazis em 1940. Conseguiu, porém, evadir-se.

Um dos métodos que usou para salvar crianças foi levá-las até à fronteira com a Suíça e depois chutar uma bola para o lado de lá da fronteira e dizer às crianças para correrem atrás dela.

"Descobri um campo de futebol que ficava na fronteira. Tinha portões com dois metros e meio de altura. Punha as crianças a jogar à bola. Dizia-lhes para abrirem os portões e passarem para o lado de lá", contou.

Quando capturado pelos nazis, o seu cabelo loiro e os olhos azuis iludiram a sua origem judia. Regressado a França depois de se evadir, juntou-se a uma organização que salvava crianças judias cujos pais tinham sido assassinados ou enviados para campos de concentração.

Outro método foi vestir as crianças como se estivessem de luto e levá-las a um cemitério na fronteira franco-suíça. Aí elas subiam a escada de um coveiro para passar o muro para o lado de lá, ficando aí em território neutro (a Suíça). Pensa-se que terá salvo cerca de 350 crianças.

Georges Loinger era primo de outra figura de proa na resistência francesa ao nazismo, o artista mímico Marcel Marceau (1923-2007), que também salvou bastantes crianças durante a II Guerra Mundial.

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