Macron diz que extensão longa do Brexit não está garantida
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse à entrada para o Conselho Europeu extraordinário sobre o Brexit, em Bruxelas, que não está ainda garantida uma extensão longa do Artigo 50.º do Tratado de Lisboa.
Macron explicou ainda aos jornalistas estar "impaciente" para ouvir o que a primeira-ministra britânica, Theresa May, vai dizer aos líderes europeus, que precisam saber o que o Reino Unido quer antes de tomar uma decisão.
O presidente francês referiu as suas três exigências na hora de ouvir May: que o funcionamento da União Europeia seja protegido, que se deve respeitar a democracia e o voto britânico - "lamento que o povo britânico tenha decido sair (...) mas não somos nós que temos que pôr em causa ou fazer algo para impedir que isso aconteça" - e que deve haver clareza em relação ao caminho a seguir com o Brexit.
"Temos um renascimento europeu para liderar e não quero que o Brexit o bloqueie", afirmou, segundo os jornalistas presentes. "O tempo para uma decisão é agora. É com grande impaciência que vou ouvir a Theresa May. Nada está decido", referiu.
Questionado sobre um adiamento de um ano do Brexit, proposto pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, Macron disse que "nada está decidido" e que são só "rumores". Macron só está disposto a aceitar uma extensão longa se May clarificar a sua posição. "Temos que compreender hoje o porquê deste pedido, qual é o projeto político que o justifica."
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os líderes europeus deviam estar "abertos" a um pedido "construtivo" da parte de May, lembrando que uma saída "ordeira" do Reino Unido da União Europeia também é do interesse europeu. "Para mim é muito importante que o Reino Unido diga que se está a preparar para as eleições europeias. Isso garante o funcionamento das instituições europeias", afirmou.